Relatório encomendado pela Amadeus e desenvolvido pela consultoria de tendências de consumo global The Future Foundation, define as seis “tribos de viajantes” que surgirão até o final da próxima década

Até 2030, mais de 1,8 bilhão de pessoas irão viajar internacionalmente todos os anos, e o que as motiva e como se comportarão será radicalmente diferente do que é hoje. Isso é o que o novo estudo da Amadeus, desenvolvido em parceria com a Future Foundation, intitulado "Future Traveller Tribes 2030: entendendo o viajante do futuro" analisa em detalhes.

O processo de pesquisa - nessa nova edição do estudo (a Amadeus, em 2007, publicou o Future Traveller Tribes 2020) - foi além de uma base de segmentação exclusivamente demográfica e traz uma abordagem de ordem psicológica, incluindo traços de personalidade, valores, atitudes, interesses e estilos de vida dos viajantes, no âmbito de um mundo verdadeiramente globalizado e impactado por diversas mudanças econômicas, de consumo e tecnológicas.

Os mercados que apresentarão crescimento mais rápido nos próximos anos serão APAC, América Latina e África, e a China será a maior economia mundial, superando os Estados Unidos, até 2030. Até então, a idade média da população global aumentará de 29,6 para 33,2 anos, de acordo com o Prospecto de Populações das Nações Unidas, e esse envelhecimento da população irá caracterizar muitas nações desenvolvidas em todo o mundo.

Em 2030, não existirão consumidores completamente sem contato com a tecnologia e o Wi-Fi estará presente em todos os lugares. Esta conectividade vai se tornar um estilo de vida para a maior parte da população mundial. E, como entre 80 e 90% da população mundial será usuária de mídias sociais, essa será a principal maneira de se comunicar, segundo pesquisa da nVision Research - que serviu de insumo para as conclusões desse relatório.

Assim, a Amadeus - cruzando esses diferentes elementos - apresenta seis "tribos" distintas de viajantes, como:

- Buscadores de Capital Social vão estruturar suas férias quase que exclusivamente com o público online em mente, pois acreditam fortemente nas recomendações dos usuários para validar as suas decisões. Um novo mercado pode se abrir com base no “Klout-boosting breaks" (breaks impulsionados por algoritmos), repleto de momentos conscientemente amigáveis.

- Puristas Culturais vão olhar para o planejamento de férias como uma oportunidade de mergulhar em uma cultura exótica, mesmo que de maneira desconfortável, onde o prazer das férias depende da autenticidade da experiência

- Viajantes Éticos vão fazer os planos de viagens com base em fatores morais, por exemplo, diminuindo sua emissão de carbono ou melhorando a vida dos outros. Eles, muitas vezes, vão improvisar ou adicionar algum elemento de voluntariado, desenvolvimento comunitário ou atividade eco-sustentável em suas férias

- Buscadores de Simplicidade preferem ofertas empacotadas, evitando gerenciar muitos detalhes da viagem. As férias para esta tribo representam um raro momento na vida para cuidar de si mesmo com garantia de segurança e diversão

- Viajantes por Obrigação são orientados por um propósito específico de viagem, seja a negócios ou lazer e, portanto, têm restrições de tempo e orçamento. Eles buscarão tecnologia baseada em algoritmo inteligente capaz de eliminar qualquer tipo de aborrecimento nas viagens

- Caçadores de Recompensa estão apenas interessados em viagens recompensadoras. Muitos querem algo que represente uma extraordinária recompensa ou que ofereça uma experiência premium, um retorno para o alto investimento em tempo e energia em sua vida profissional

Julia Sattel, Vice-presidente sênior de Airline IT da Amadeus, disse: "Olhando para os últimos 15 anos, é difícil estimar o quanto a indústria de viagens alcançou em termos de inovação, custos e opções para os viajantes. E ainda, como estamos ansiosos para os próximos 15 anos até 2030, está claro que a mudança só vai acelerar. Com isto em mente, compreender as novas "tribos de viajantes" será vital para todos os provedores, compradores e vendedores de viagens nos próximos anos, a fim de garantir que as decisões de investimentos corretas sejam feitas agora e para ajudar a facilitar e atender à demanda da indústria para uma personalização maior do que nunca, em toda a cadeia de viagem."

Nick Chiarelli, diretor da Future Foundation, comentou: "Nossa pesquisa mostra não só que o tipo de experiência exigido pelos viajantes em 2030 será diferente do que em 2015, mas que o modo como os viajantes compram e envolvem-se com a indústria também está prestes a mudar. Ao longo dos próximos 15 anos, o desejo de compartilhar experiências de viagem será intenso e, assim, o impacto de compartilhar as tendências de compra e inspiração vai crescer. Como os consumidores nos mercados desenvolvidos abordam uma era pós-material, em primeiro lugar, esperamos um foco muito maior na experiência e, em segundo lugar, ética, tanto ambiental como social, para influenciar significativamente comportamentos e as opções de viagens das pessoas."