Síndicos dos condomínios não receberam nenhuma orientação para detectar riscos

 

Claúdio Magnavita

 

Um alerta vermelho acaba de acender no Rio. O poderoso esquema de segurança para as Olimpíadas esqueceu de prevenir os síndicos e equipes de segurança dos condomínios sobre procedimentos básicos de alerta para o período olímpico, já que milhares de pessoas irão utilizar os sistemas alternativos de hospedagem.

A situação fica ainda mais grave porque o site AirBNB, especializado em locação deste tipo de hospedagem informal foi estimulado pelos próprios organizadores, recebendo chancela oficial. Está semana os condomínios começam a conviver com hóspedes das mais diferentes nacionalidades que começam a desembarcar no Rio.

Diferente dos hotéis, que estão articulados com o esquema de segurança de forma umbilical, inclusive por receber delegações oficiais, os estrangeiros que utilizarem esta forma alternativa de hospedagem ficarão completamente incógnitos. "Será como procurar uma agulha no palheiro. Lugar ideal para qualquer terrorista se esconder e ficar fora do foco das autoridades" avisa um especialista em segurança ligado à coluna.

Para o mesmo especialista, a única forma de driblar é ter a colaboração dos sites de reservas, que deveriam abrir o acesso dos seus dados para as agências de inteligência.

Ele complementa: "Como a tensão gerada pelos cuidados redobrados contra atentados os próprios condomínios devem redobrar a vigilância sobre quem entra e quem sai, principalmente com bagagens diferenciadas."

O problema é que o evento atrai muita mídia informal, além dos jornalistas credenciados. Equipamentos de filmagens, com cases , tripés e câmaras podem se camuflar outros artefatos.

Na Barra, inclusive nas proximidades dos complexos olímpicos foram colocados para locação diversos quartos e apartamentos, que estão sendo locados principalmente por estrangeiros. No Rio 2 e nos condomínios próximos à Vila Olímpica as ofertas também existiram, inclusive nos prédios do entorno do Riocentro.

O irônico é que este meio alternativo de hospedagem foi estimulado pelos próprios organizadores, que não levaram em conta os aspectos ligados a segurança com a triagem e controle destes hóspedes. Ao se misturar com moradores locais fica difícil o controle. É bom lembrar que nos recentes atentados na Bélgica os terroristas utilizavam a locação temporária de imóveis.

Uma cartilha de procedimentos e até treinamento deveria ter sido feito com as equipes de segurança e com os funcionários dos condomínios.

 

*Cláudio Magnavita é membro do Conselho Nacional de Turismo