Por: Caue Fonseca

Escultura mais famosa do Brasil, o Cristo Redentor ganhou um "irmão" um pouco mais alto no interior do Rio Grande do Sul. Com as principais obras finalizadas na sexta-feira passada (22), o Cristo Protetor de Encantado, no Vale do Taquari, a 143 km de Porto Alegre, já recebe visitas.

"Eu não me atreveria a fazer um Cristo estilizado como é o do Rio. Optei então por fazer uma versão mais realista e jovial dele, com a expressão no rosto que teria aos 33 anos", conta Moisés Markus Moura, 42, escultor cearense responsável pela obra.

Com 43,5 metros (somados os 37 metros de estátua e o pedestal), o monumento é 5,5 metros mais alto que o Redentor, do Rio de Janeiro. O monumento carioca tem 30 metros de estátua e oito de pedestal.

Moura também quis fazer uma homenagem sutil ao Vale do Taquari na estátua, uma forma de retribuir a hospitalidade que ele e o pai, o também escultor Genésio Gomes Moura, 67, receberam no estado.

Por isso, ele diz, desenhou o cabelo do Cristo "levemente esvoaçante", como se estivesse de fato sentindo no rosto o vento dos vales do Rio Grande do Sul.

Com as sobras do Cristo, Moura esculpiu ainda uma estátua em tamanho real de Adroaldo Conzatti (PSDB), ex-prefeito de Encantado morto aos 81 anos, em março do ano passado, por complicações da Covid-19. A homenagem foi um pedido da família.

O principal diferencial do Cristo Protetor é um coração vazado e envidraçado no peito da estátua, a 33 metros de altura. O espaço, acessível por um elevador interno, é um mirante com vista para os vales.

A família Moura esculpiu também o antigo detentor do recorde, o Cristo de Elói Mendes (MG), de 39 metros. Também é de autoria deles o Cristo Luz, de Balneário Camboriú (SC), que tem um dos braços estendidos enquanto o outro segura um holofote que ilumina a cidade.

As obras do Cristo Protetor começaram em 2019 por iniciativa e com os recursos de empresários locais, que formaram a Associação Amigos de Cristo. O custo estimado é de R$ 3 milhões.
Conforme o site do monumento, as visitas guiadas acontecem aos sábados, domingos e feriados e custam R$ 20 para visitantes acima de 12 anos, revertidos para as obras.

Ainda é possível doar recursos para a conclusão do monumento. Por valores entre R$ 1.000 e R$ 30.000 é possível ter o nome grafado em uma placa. Donativos abaixo desse valor, segundo os responsáveis, ficarão registrados em um livro que estará acessível no local do monumento.

Antes da inauguração oficial, que deverá ocorrer no segundo semestre, ainda deverão ser concluídas as obras complementares: um mirante aos pés do Cristo, como o do Rio, e um estacionamento.