Vida e obra de Amácio Mazzaropi são contadas com a ajuda de 20 mil itens. Acervo fica em Taubaté, no mesmo espaço onde filmes eram produzidos

Com a chegada das férias de julho não faltam às crianças opções para aproveitar o tempo livre de aulas. Uma alternativa aos sempre sedutores eletrônicos é embarcar numa jornada a fim de conhecer um capítulo importante da história do cinema brasileiro: a vida e a obra de Amácio Mazzaropi, campeão de bilheteria em um tempo em que a televisão ainda engatinhava.

Novidade nos Brasil dos anos 1950, a TV também fez parte da vida do artista, que teve no rádio e no circo suas principais escolas antes de estourar nas telonas. A trajetória do astro de mais de 30 filmes é narrada com a ajuda dos 20 mil itens que integram o acervo do Museu Mazzaropi, em Taubaté, a aproximadamente 140 quilômetros da cidade de São Paulo.

A despeito do sobrenome italiano, na vida artística Mazzaropi sempre encarnou a figura do homem simplório do Brasil rural, imortalizado pelo personagem Jeca. No museu, fotos, objetos de cena e pôsteres reconstroem de modo afetivo a vida desse tipo caboclo, sempre às voltas com confusões. Pesadas câmeras e grandes equipamentos de som e edição dão às crianças uma noção de como era a tecnologia disponível para fazer filmes na metade do século 20.

Amigo pessoal do cineasta, João Roman Júnior criou o museu em 1992, no mesmo espaço ocupado pelos estúdios da produtora que Mazzaropi fundou para rodar seus filmes. Um cinema preocupado apenas em divertir mesmo focando em temas como religião e preconceito. Herói sem capa, Mazzaropi lutou nas telas contra poderosos, contra a discriminação, fazendo do humor seu superpoder.

O museu funciona dentro da propriedade onde fica o Hotel Fazenda Mazzaropi, que tem 146 apartamentos, parquinhos, pedalinhos, monitoria infantil, sala de massagem, sauna a vapor, quatro piscinas, vôlei de areia, campos de futebol e de minigolfe, quadras poliesportivas, quadras de tênis e salão de jogos.