O país, um dos mais digitalizados do mundo, desenvolveu tecnologia para fornecer informações de credibilidade durante o período de pandemia e ajudar a combater fake news

A Estônia é considerada, hoje, um hub mundial de tecnologia, possuindo um governo quase 100% digital. Por meio de um projeto implementado e que recebe o nome de “e-Estonia”, os moradores têm acesso à facilidades propiciadas pelos avanços tecnológicos, como votação online, rapidez para abrir uma empresa e porte de RG com chip que dá acesso a 500 serviços, como hospitais.
Diante da pandemia gerada pelo COVID-19, o governo do país tem utilizado a tecnologia para ajudar as pessoas a enfrentarem a crise, dando suporte e orientação. Foi com este intuito que desenvolvedores estonianos -– em colaboração com entre os setores público e privado do país - criaram a Suve, um chatbot construído para promover informações confiáveis sobre o coronavírus, ajudando a combater as fake news e a desinformação perigosa gerada acerca do tema.

Outra importante função dessa nova tecnologia é encontrar informações oficiais durante a crise, mantendo também linhas telefônicas de emergência livres de taxas para aqueles que procuram informação que a Suve não conseguiu fornecer.

A ideia do chatbot surgiu de outra iniciativa realizada para desenvolver soluções criativas e inovadoras para combater a pandemia do COVID-19, o hackathon online Hack The Crisis. Organizado pelo Garage48 e Accelerate Estonia, startups do país comprometidas em fornecer ajuda no cenário atual, o projeto também contou com o apoio do Ministro do Comércio Exterior e Tecnologia da Informação. Mais de 1000 pessoas dedicaram, durante um final de semana, para encontrar possíveis saídas para a crise.

A Estônia também tomou a frente para ajudar a economia do país com medidas como compensar custos de organizadores de eventos que tiveram que cancelá-los, cobrir 70% dos salários de funcionários que as empresas estão tendo dificuldades de manter por conta da crise do COVID-19, entre outras.

Anderson Amorim é um dos vários brasileiros que se mudou para Estônia, com sua família, por motivos profissionais. Hoje, ele atua na área de tecnologia em uma empresa local e consolidou sua carreira. “Tenho 33 anos e os últimos 2 que vivi na Estônia foram, de longe, os melhores da minha vida. Viemos para cá procurando qualidade de vida, segurança e uma boa educação para nossa filha. O grande diferencial, para mim, é que as coisas não são simplesmente digitais, mas elas se integram uma com a outra”. Em 2019, a Estônia chegou a atrair 47 brasileiros com autorizações de residência emitidas para trabalhar no campo da informação e comunicação -– um crescimento de 2250% desde 2012, quando o país ainda abrigava 2 brasileiros.