Entre as metas de governo está a de transformar o setor em prioridade de estado. Para Henrique Alves, é preciso envolver a comunidade, garantir acesso aos destinos, segurança e infraestrutura ao viajante

O ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves, reafirmou nesta sexta-feira (12), em Natal, durante encontro regional da Comissão de Turismo da Câmara dos Deputados, o seu principal desafio na condução da Pasta: transformar o turismo em prioridade de Estado. “Percebi que não há indústria que, no atual cenário de ajustes fiscais e incertezas, esteja mais credenciada para enfrentar a crise do que o turismo”.

Os presidentes da Embratur, Vinicius Lummertz; e da Comissão de Turismo da Câmara dos Deputados, Alex Manente (PPS-SP), também participaram do evento proposto pelo deputado federal Rafael Motta (PROS-RN). “A presidente Dilma Rousseff confiou-me a missão de alçar o Turismo a novos patamares, ciente do que esta indústria dinâmica representa em termos de emprego, capacitação e renda”, disse o ministro.

Henrique Alves disse que é preciso mudar a forma de pensar sobre o turismo. O fato de reunirmos atrativos naturais, culturais ou arquitetônicos, segundo ele, não são suficientes para transformar um lugar em um destino turístico. “É preciso envolver toda a comunidade, garantir acesso, segurança e infraestrutura. Um processo longo e continuado, que não ocorre do dia para a noite”. 

Potencial econômico do turismo nacional

O turismo é o quinto item da pauta de exportações do país, atrás de minério de ferro, soja, petróleo e açúcar. É a atividade econômica que responde com mais rapidez às adversidades, segundo o ministro, porque é capaz de induzir o desenvolvimento regional envolvendo 52 segmentos. De acordo com o estudo de competitividade em turismo do Fórum Econômico Mundial, o Brasil saltou da 51ª posição global em 2013 para a 28ª este ano, em um ranking de 141 países.

Após descrever o potencial do setor, Alves falou sobre a importância de sua atuação à frente do Ministério do Turismo. “Falta ao governo dar ao turismo a força política que ele precisa para estar entre os setores que, reconhecidamente, movimentam a economia”. De acordo com o ministro, para um destino ser atraente, ele deve ser bom para seus moradores com vias seguras, bem iluminadas e asfaltadas, e transporte público de qualidade. São atributos importantes para turistas e - fundamentais - para os moradores da região.

Rio Grande do Norte

O turismo é o principal empregador e a segunda maior fonte de receita do estado. “Entendo que temos ainda mais potencial para crescer e gerar emprego e renda. Para isso, temos que trabalhar fortemente em infraestrutura e promoção turística”, destacou.

O ministro disse que vai lutar para colocar o Rio Grande do Norte no roteiro dos turistas nacionais e estrangeiros por meio de um trabalho integrado entre as diversas esferas de governo. “Temos que destravar a burocracia que impede novos negócios e promover o Brasil para brasileiros e estrangeiros.” Os parlamentares também têm um papel fundamental nesse processo. São eles que, por meio de emendas parlamentares, conseguem recursos em benefício de suas regiões.

O Ministério do Turismo já assinou mais de 900 contratos de infraestrutura, construção de equipamentos e urbanização turística para o Rio Grande do Norte. Desse total, 700 projetos foram viabilizados por meio de emendas parlamentares, um investimento de mais de R$ 196 milhões.

Mesmo há pouco tempo no comando da pasta do Turismo, Henrique Alves já destravou vários processos e anunciou a liberação de R$ 4,5 milhões para execução de obras de infraestrutura turística em 27 municípios do estado. “Esse é só o começo. Ainda há um longo caminho a ser percorrido. Estou à disposição para, juntos, posicionarmos o Rio Grande do Norte como um dos principais destinos brasileiros”.

Infraestrutura

O ministro se reuniu recentemente com o secretário executivo do Ministério dos Transportes, Edson Giroto, para tratar de obras de melhoria e duplicação de rodovias do estado, uma bandeira antiga, fundamental para aumentar a qualidade das viagens e levar mais segurança aos cidadãos que circulam pela região.

Além do Contorno de Mossoró (BR-304) e da BR-110, entre Areia Branca e a divisa com a Paraíba, o ministro também conversou com Giroto sobre a duplicação da Reta Tabajara (BR-304), a Estrada do Cajueiro (BR-437), as intervenções no trecho Natal/Parnamirim da BR-101, do Viaduto do Gancho de Igapó (BR-406), e na BR-226 até a divisa com o Ceará.

Centro de Conexões

O ministro também tem acompanhado de perto o funcionamento do Aeroporto Internacional Governador Aluízio Alves, um dos candidatos na disputa com Recife e Fortaleza pelo hub das companhias áreas TAM e LAN anunciado para o Nordeste. “Estive com a presidente Dilma e falei para ela sobre a importância de um centro de conexões aéreas no Nordeste.”

Henrique Alves se reuniu recentemente com a presidente da TAM, Cláudia Sender; e com o presidente do Conselho da TAM, Marco Antônio Bologna, para tratar do assunto. A decisão da empresa terá como base a competitividade técnica dos aeroportos e deve ser anunciada até o final deste ano.

Embratur

Além dos investimentos em infraestrutura, o ministro também vai repensar a promoção do Brasil, internamente e no exterior. “Com o câmbio favorável, temos agora a oportunidade de nos tornar um dos principais destinos dentro do Brasil”.

De acordo com uma pesquisa realizada pelo Ministério do Turismo em abril, a intenção do brasileiro de viajar pelo próprio país foi de 76,6%, a maior dos últimos cinco anos, se considerados os meses de abril da série histórica. “Esse dado demonstra que temos que aproveitar o momento e investir no turismo doméstico”.

A modernização da gestão da Embratur também entra na lista de prioridades. “Precisamos ser mais agressivos em nossas ações de promoção internacional. Para isso, temos de mudar o modelo de gestão da Embratur, nossa autarquia responsável por ‘vender’ o Brasil no exterior”.

Essa mudança vai proporcionar parcerias e somar esforços para potencializar as ações no exterior. “Temos razões suficientes para atrair estrangeiros de todas as partes do mundo, mas temos que nos posicionar, ir ao mercado e nos diferenciar”, disse.