Por: Cleo Guimarães 

Confirmado como tema do enredo da Grande Rio para 2023, Zeca Pagodinho reuniu-se nesta quarta-feira (4) com a direção e os carnavalescos da escola, atual campeã do Carnaval carioca. O encontro foi para uma primeira troca de ideias, mas ele conta ao F5 que "nem se meteu" no que estava sendo falado.

"Fui só para ouvir as ideias deles. Não entendo de Carnaval, vai que falo alguma besteira e acaba prejudicando?", pergunta, tendo ao fundo a TV de casa, ligada em volume altíssimo. "É o programa do Eri Johnson, adoro ele. O cara é uma figura". Zeca lembra então que deu uma ideia para o desfile, sim.

Ele disse ao pessoal da Grande Rio que iria adorar se fizessem uma reverência à sua escola de coração. "Sou portelense, né?. Vai ser bem no ano do centenário, pedi para a gente dar um alô para a Portela...". Não precisou nem oficializar o pedido. Jayder Soares, presidente da tricolor de Duque de Caxias, já havia pensado nisso, garante Zeca.

A relação entre os dois é de muita proximidade. "Jayder é muito meu amigo, frequenta a minha casa, vou a tudo que é médico que ele me indicou", conta o sambista, que diz se sentir "em casa" também na Grande Rio. A escola é sediada no município de Duque de Caxias, onde ele mantém seu sítio há mais de 30 anos, no distrito de Xerém. O lugar virou ponto turístico e Zeca está totalmente conectado à comunidade local.

Não é de hoje que a escola pensa em homenageá-lo. A ideia surgiu há cerca de cinco anos, mas o músico sempre se mostrou reticente. "Eu não sabia que tinha essa importância toda, juro para você". A pandemia e o baixo astral do isolamento fizeram com que Zeca repensasse o convite, para felicidade geral dos fãs, amigos, e da família.

"Minha filha Duda (Maria Eduarda) falou que quer um carro só para ela, hahaha. Eu perguntei: 'Tá achando que é a Paolla?'" , conta, numa referência à rainha de bateria, Paolla Oliveira. Ela veio no chão, à frente dos ritmistas, mas com o protagonismo de um grande destaque, no mais alto dos carros.

Amigos não param de ligar para festejar ("E também para pedir para participar, vou precisar de dois dias de desfile para conseguir levar todo mundo"); a família está eufórica, mas Mônica Silva, com quem é casado há 36 anos, ainda não sabe se irá à Sapucaí. "Ela é evangélica, né? Não sei se vai. Mas está feliz com tudo isso", garante.

Fazem parte de sua lista de "vontades" (e não de pedidos, faz questão de frisar) a distribuição de cerveja para a plateia ("Não seria demais?") e uma alegoria gigante de São Jorge - o que já é certo. Oficialmente, a Grande Rio anunciou que a ideia da homenagem a Zeca partiu dos carnavalescos Gabriel Haddad e Leonardo Bora, e que a escola vai reverenciar o universo musical de um artista cuja obra é "um olhar para os subúrbios, a 'velha Baixada', as festas de rua e a religiosidade popular".

Por: Matheus Rocha

O jejum de 34 anos chegou ao fim. Com enredo sobre o orixá Exú, a Acadêmicos do Grande Rio se sagrou campeã do Carnaval carioca e conquistou o primeiro título de sua história. No último Carnaval, em 2020, a escola chegou muito perto do título, mas perdeu para a Viradouro nos critérios de desempate.

Dessa vez, porém, não teve quem parasse a escola de Caxias e a agremiação se tornou a grande campeã do Carnaval com um desfile considerado impecável.

Penúltima escola a entrar na avenida, a Grande Rio veio disposta a celebrar a potência de Exú e subverter a crença segundo a qual o orixá seria uma figura maligna, visão que é fruto da intolerância religiosa.

O que se viu na Marquês de Sapucaí foi um cortejo exuberante e cheio de simbolismo. A escola surpreendeu já na comissão de frente, que trazia como destaque o ator Demerson D'alvaro personificando Exú.

Na avenida, o artista se agarrava a um grande globo vermelho -representando a Terra- no qual havia quatro oferendas. Ao chegar ao topo, Exú se deliciava com os alimentos e gargalhava a plenos pulmões.

Especialistas e foliões rasgaram elogios à comissão de frente e à atuação de Demerson, considerada cheia de vigor e energia, como pede o orixá.

Batizada de "Câmbio, Exu", a comissão faz referência à Estamira, catadora de lixo que protagonizou um documentário que leva seu nome. No filme, ela usava um telefone para se comunicar com Exú e abria as conversas com a frase "Câmbio, Exú. Fala Majeté". Daí surgiu o nome do enredo deste ano, intitulado "Fala Majeté! Sete Chaves de Exú".

A Grande Rio também conseguiu traduzir na avenida todo o dinamismo de Exú, entidade que representa a mudança, a comunicação e o movimento. Exú, portanto, tem muitas faces. Foi pensando nisso que os carnavalescos Leonardo Bora e Gabriel Haddad decidiram colocar na avenida o orixá com múltiplas representações.

No sambódromo, havia Exu Caboclo, Exu Mirim, Exu feito Santo Antônio, Exu Bossa Nova, Exu Macunaíma. Embora fossem muitas, essas representações tinham em comum o tom vibrante e festivo que o Carnaval e o próprio Exú simbolizam.

Rainha de bateria da Grande Rio, a atriz Paolla Oliveira encantou o público com fantasia inspirada na Pombagira, espécie de Exu feminino, entidade transgressora e insubmissa. Ao longo da avenida, Paolla se curvava para trás e ria como a Pombagira.

"Exu fala sobre potência, sobre comunicação, sobre tirar os conceitos que temos sobre determinadas coisas, abrir o coração, as mentes, para abrir os caminhos em volta", disse a atriz, ainda na concentração. "Tem festa, tem cultura, mas tem um pouco de crítica e política também".

Durante boa parte da apuração, a Beija-Flor e a Acadêmicos do Grande Rio disputaram o título décimo a décimo. Com um desfile sobre a contribuição de pessoas negras para a humanidade, a escola foi muito elogiada por foliões e especialistas.

Os julgadores, porém, deram o título à tricolar​ de Caxias. Já a São Clemente, que este ano homenageou o ator Paulo Gustavo, foi rebaixada para a série ouro.

O desfile da Grande Rio reflete em larga medida o tom do Carnaval deste ano no Sambódromo, que foi pautado pela temática social. É o caso do Salgueiro, da Beija-Flor e do Paraíso do Tuiuti, que homenagearam as populações negras.

A Mangueira também celebrou figuras negras, com enredo sobre Cartola, intérprete Jamelão e mestre-sala Delegado, os três baluartes da verde e rosa.

A Vila Isabel também prestou homenagem a Martinho da Vila, principal representante da agremiação. Já a Unidos da Tijuca fez um belo desfile sobre a lenda do guaraná, que celebrou os povos indígenas.

A exemplo da Grande Rio, a Mocidade também deu destaque às religiões de matriz africana, com enredo sobre as peripécias do orixá Oxóssi.

Neste ano, três escolas foram penalizadas. A Paraíso da Tuiuti perdeu dois décimos por causa de atraso no desfile. A Mocidade perdeu um décimo em razão de falhas em uma alegoria, já a Mangueira foi multada em R$ 60 mil por causa de atraso na saído dos carros. ​

O Rio de Janeiro será sede por três anos da filial latino-americana da Web Summit, uma das maiores conferências de tecnologia do mundo. O primeiro evento ocorrerá em maio de 2023.

O anúncio foi feito nesta terça-feira (3) pelo fundador da conferência, Paddy Cosgrave, e pelo prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD).

A versão latino-americana do evento era disputada também por Brasília e Porto Alegre. Pesou em favor do Rio de Janeiro o fato de a cidade ser, na avaliação de Cosgrave, "um ponto de encontro global".

"Rio de Janeiro é um ponto de encontro global, não só do Brasil e da América Latina, mas de todo o mundo", disse ele.

Paes afirmou que não haverá investimento direto do município para sediar o evento. O principal patrocinador será o Senac, em valores não divulgados.

A previsão é que a cidade sedie por três anos o evento, que tem duração de quatro dias. O primeiro ocorrerá entre 1º e 4 de maio. A conferência principal ocorrerá no Riocentro, na Barra da Tijuca, mas Paes afirmou que pretende espalhar outros encontros pela cidade.

Cosgrove afirmou também que haverá um programa para a inclusão de alunos da rede pública no evento, sem detalhes sobre como ele ocorrerá.

Paes afirmou que o anúncio recoloca a cidade na rota dos grandes eventos internacionais.

"O Rio sempre esteve no palco de importantes eventos para o mundo. Agora, novamente, estamos liderando e trazendo as melhores empresas, talentos e investidores para discutir tecnologia e inovação aqui. O Rio já tem tradição em sediar grandes eventos internacionais e estamos muito orgulhosos por termos sido escolhidos como a primeira cidade da América Latina a realizar um evento dessa magnitude", disse Paes.

Cosgrove disse que a cidade é vista "como um dos destinos mais quentes para a indústria de tecnologia".

"Investidores internacionais estão de olho na América Latina, e no Brasil em particular, atraídos por algumas das startups mais badaladas da região. Só no ano passado, o Brasil viu mais de dez empresas atingindo o status de unicórnio, enquanto as startups brasileiras arrecadaram US$ 9,4 bilhões -o triplo do que foi arrecadado em 2020", disse Cosgrove.

As cidades brasileiras disputaram a Web Summit de olho na força econômica do evento, que atrai participantes e empresas de tecnologia de todo o mundo. Representantes do Rio de Janeiro, Brasília e Porto Alegre marcaram presença na versão original do Web Summit, em Lisboa, no ano passado a fim de atrair o evento.

Em formato reduzido por causa da Covid-19, a conferência reuniu mais de 42 mil pessoas na capital portuguesa entre 1º e 4 de novembro. Foi o maior encontro de tecnologia presencial desde o começo da pandemia.

A previsão é que a Web Summit em Lisboa continue ocorrendo. Cosgrove afirmou que há planos de expansão do evento para a África, Ásia e Leste Europeu.

Em decreto publicado no Diário Oficial desta terça-feira (26/4), o prefeito Eduardo Paes suspendeu a exigência do passaporte vacinal na cidade do Rio de Janeiro. A decisão foi tomada após a 25ª reunião do Comitê Especial de Enfrentamento da Covid-19 (CEEC). No encontro na manhã de segunda-feira (25/4), os integrantes do grupo recomendaram à Secretaria Municipal de Saúde (SMS) a suspensão temporária da exigência do passaporte vacinal.

A proposta do comitê foi baseada no atual panorama epidemiológico na cidade do Rio, que se mantém favorável e estável. A decisão, no entanto, pode ser alterada caso haja mudança no cenário atual.

Também na reunião, os especialistas ratificaram a urgência do envio de novas doses da Pfizer pelo Ministério da Saúde ao município do Rio e indicaram que a SMS reivindique ao órgão federal a definição de prazo e a garantia de entrega das remessas.

A próxima reunião do CEEC será realizada no dia 16 de maio.

 

Confira o decreto do prefeito Eduardo Paes:

DECRETO RIO Nº 50672 DE 25 DE ABRIL DE 2022 Revoga o Decreto Rio nº 49.894, de 1º de dezembro de 2021 e o artigo 1º, do Decreto Rio nº 50.308, de 7 de março de 2022.

O PREFEITO DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO, no uso das atribuições que lhe são conferidas pela legislação em vigor, e CONSIDERANDO a situação epidemiológica da Covid-19 no Município que aponta para a manutenção do cenário de estabilidade, com queda do número de casos leves, casos graves e óbitos; CONSIDERANDO o encaminhamento técnico nº 7, constante do sumário executivo da 25ª Reunião do Comitê Especial de Enfrentamento à Covid-19 – CEEC Prefeitura do Rio de Janeiro, realizada no dia 25 de abril de 2022, que recomendou a suspensão temporária da obrigatoriedade de passaporte vacinal em razão do cenário epidemiológico atual favorável, DECRETA: Art. 1º Fica revogado o Decreto Rio nº 49.894, de 1º de dezembro de 2021 e o artigo 1º, do Decreto Rio nº 50.308, de 7 de março de 2022. Art. 2º Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.

Rio de Janeiro, 25 de abril de 2022; 458º ano da fundação da Cidade. EDUARDO PAES.

O Desfile das Campeãs do Carnaval carioca voltou a reunir vários famosos na Marquês da Sapucaí, na madrugada deste domingo (1º).

Paolla Oliveira, rainha da bateria da da Grande Rio, foi um dos principais destaques, representando a escola vencedora do ano.

Também como integrantes da escola campeã voltaram à avenida a cantora Pocah, a empresária Bianca Andrade, a Boca Rosa, e as influenciadoras Camilla de Lucas e Mileide Mihaile, ex-mulher do cantor Wesley Safadão.

Mas não foi apenas a Grande Rio que levou famosos à Sapucaí. Sabrina Sato marcou presença na Unidos de Vila Isabel, quarta colocada neste ano. Fora da avenida, ela também acompanhou as demais escolas e trocou carinhos e beijos com o marido, Duda Nagle.

Também optaram por acompanhar o desfile nos camarotes o casal Renato Góes e Thaila Ayala, a cantora e atriz Cleo, que estava acompanhada do marido, a atriz Bruna Linzmeyer, e o casal Vitória Strada e Marcella Ricca, entre outros.

Por: Matheus Rocha

Começa na terça-feira (26), a partir das 16h, a apuração dos desfiles das 12 escolas de samba do Grupo Especial do Rio de Janeiro.

Serão julgados nove quesitos: bateria, samba-enredo, harmonia, evolução, enredo, alegorias e adereços, fantasias, comissão de frente e mestre-sala e porta-bandeira. O corpo de julgadores é formado por 45 membros, sendo cinco para cada quesito.

Os jurados podem atribuir às escolas uma nota de 9 a 10, com variação de um décimo. A maior e a menor nota serão excluídas.

Na terça, haverá um sorteio para definir a ordem de leitura dos quesitos. O último a ser sorteado será o primeiro a ser usado para o desempate entre duas ou mais escolas. Se o empate persistir, será usado como critério o penúltimo quesito e assim sucessivamente.

As escolas punidas por descumprimento das regras do regulamento serão conhecidas na própria terça, após a abertura dos envelopes. Podem perder pontos aquelas agremiações que não respeitaram o tempo do desfile, que deve ter duração máxima de 70 minutos.

A Paraíso do Tuiuti, por exemplo, deve ser penalizada. Primeira escola a entrar na avenida no sábado (23), ela terminou o desfile dois minutos atrasada e será penalizada em dois décimos.

Após dois anos suspenso em razão da pandemia, o desfile das escolas de samba do grupo especial começou na sexta-feira (23) e foi marcado pela emoção do público, pela celebração da cultura negra e por uma homenagem ao ator Paulo Gustavo, morto em 2021 por complicações da Covid-19.

Já na segunda noite, chamou a atenção desfiles em homenagem a orixás e cientistas e a uma África futurista, além de uma homenagem ao cantor e compositor Martinho da Vila.

Perto do fim do desfile, uma mulher sentiu-se mal e, ao ser retirada por um bombeiro, o carro em que estava chegou a prensá-la contra uma grade.

Ela foi socorrida e atendida no posto médico da Sapucaí, com suspeita de fratura em uma das pernas. Levada ao Hospital Souza Aguiar, no Centro do Rio, ela teve alta após a fratura ter sido descartada.

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