Decisão foi motivada por drástico corte de voos no local

Ao ritmo do avanço do novo coronavírus, o aeroporto internacional de Belo Horizonte, em Confins, na Região Metropolitana da capital mineira, encolheu de forma drástica, mantendo-se agora com apenas 10% do universo habitual de circulação de passageiros, que era de cerca de 30 mil pessoas por dia. Atualmente, apenas 3 mil passam por Confins, representando redução de 90%. Saguão vazio e mais de 60% das lojas fechadas no terminal compõem esse retrato da crise da aviação, com a gravidade da pandemia no Brasil e no mundo.

Com o corte de 83% do número de voos diários partindo do aeroporto da Grande BH, – de 300 para 50 rotas –, a BH Airport, concessionária que administra o terminal, desativou parcialmente, ontem, o Terminal 2. Os voos internacionais estão suspensos desde terça-feira da semana passada, enquanto os nacionais tiveram queda brusca.
Devido à turbulência, várias companhias estacionaram seus aviões no aeroporto. O pátio, que comporta até 70 aeronaves, está atualmente com 43, sendo 19 da Azul, 15 da Gol e nove da Latam. A reportagem do Estado de Minas esteve no terminal na manhã de ontem e se deparou com um espaço enorme, deserto, e “às moscas”. Era possível contar nos dedos o número de pessoas circulando no saguão vazio, sem passageiros e acompanhantes. O comércio local também se ressente da crise.

Na área externa, serviços relacionados a obras eram executados por alguns funcionários. De acordo com a BH Airport, cerca de 30 mil pessoas circulavam pelo terminal. Vários estabelecimentos comerciais instalados no aeroporto estão fechados, em decorrência das orientações para isolamento social, da Organização Mundial da Saúde (OMS), para o enfrentamento da pandemia. Apenas serviços essenciais funcionam, como farmácias e alguns pontos de venda de alimentos. Informes sobre a prevenção da COVID-19 e o uso de álcool em gel estavam à disposição dos presentes.

Com o fechamento parcial, ontem, do Terminal 2, apenas dois portões estão disponíveis para os clientes. A decisão foi tomada após estudos realizados pela concessionária, que pode reabrir o restante dos gates em caso de necessidade ou aumento na demanda de voos.

“Essa alteração, que é temporária, trará mais eficiência operacional aos pousos e decolagens que estão limitados a uma malha aérea essencial, com poucas rotas definidas pelas companhias aéreas, bem como irá otimizar recursos operacionais”, informou, em nota, o aeroporto.

Todos os portões do Terminal 1 seguem disponíveis. Já o Terminal Internacional encontra-se fechado desde 24 de março, quando a Copa Airlines operou seu último voo rumo ao Panamá, antes de suspender a rota devido ao coronavírus. A TAP, que opera voos da capital mineira para Portugal, e a Azul, que tem como destinos Buenos Aires, Orlando e Fort Lauderdale, também já haviam paralisado os serviços.
Com informações do Jornal Estado de Minas