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A asiática Changi, controladora do Aeroporto Internacional Tom Jobim, o Galeão, no Rio, afirma que pretende "fortalecer a estrutura acionária" do empreendimento e nega a intenção de se desfazer completamente do terminal.
Com sede em Singapura, a empresa detém 51% da concessionária RIOgaleão, que administra o aeroporto da Ilha do Governador. O controle acionário foi assumido pela companhia há quase quatro anos, em dezembro de 2017, após acordo com a Odebrecht. Os demais 49% estão nas mãos da Infraero.
Uma nota publicada neste domingo (3) pelo colunista do jornal O Globo Lauro Jardim aponta que a Changi decidiu vender sua participação no Galeão. A controladora, porém, diz que "não está saindo" do aeroporto.
"O operador busca formas de fortalecer a estrutura acionária do RIOgaleão e enxerga o momento propício para realização desse trabalho", afirma a concessionária, em nota, sem dar mais detalhes.
Segundo analistas, ao "fortalecer a estrutura acionária", a empresa poderia tanto buscar um novo parceiro para o terminal, desfazendo-se de uma fatia na concessão, quanto até ampliar sua participação no empreendimento.
O Galeão, a exemplo de outros aeroportos, foi atingido em cheio pelos impactos da pandemia no setor aéreo. A demanda ainda segue abaixo do patamar pré-crise, conforme dados da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil).
De janeiro a agosto de 2021, o Galeão recebeu quase 1,9 milhão de passageiros, entre embarques e desembarques. O número equivale a 21,1% do registrado em igual período de 2019 (8,8 milhões).
Como mostrou reportagem da Folha de S.Paulo em julho, o modelo de concessão de outro aeroporto do Rio, o Santos Dumont, provoca divergências entre governos e traz incertezas para o Galeão.
De um lado, o governo federal vê com bons olhos a possibilidade de ampliação de voos no Santos Dumont a partir do repasse para a iniciativa privada. Mas, na visão do governo estadual e da prefeitura do Rio, esse aumento colocaria em xeque as operações do Galeão no pós-pandemia.
Ou seja, poderia haver uma competição entre os terminais, separados por menos de 20 quilômetros. O Santos Dumont, que fica no centro da capital fluminense, deve ir a leilão no primeiro semestre de 2022.