Ana Lúcia foi vítima de bandidos, que trazem a lógica da barbárie similar ao Estado Islâmico para o nosso cotidiano 

A notícia pegou a todos que trabalham no turismo como um soco no estômago: Ana Lúcia, esposa do Sávio Neves, acabava de falecer no Hospital Lourenço Jorge, vítima da violência urbana. 

Foi ontem, no coração do Recreio, na Avenida Alfredo Balthazar da Silveira, em um fim de manhã, que Ana foi vítima de bandidos, que trazem a lógica da barbárie similar ao Estado Islâmico para o nosso cotidiano. Continue Lendo!

*Artigo do jornalista Cláudio Magnavita, publicado no Jornal O Dia - RJ, na seção Opinião, nesta quinta-feira, 02/09.

 

Ana Lúcia foi vítima de bandidos, que trazem a lógica da barbárie similar ao Estado Islâmico para o nosso cotidiano 

Por Cláudio Magnavita*

A notícia pegou a todos que trabalham no turismo como um soco no estômago: Ana Lúcia, esposa do Sávio Neves, acabava de falecer no Hospital Lourenço Jorge, vítima da violência urbana. 

Foi ontem, no coração do Recreio, na Avenida Alfredo Balthazar da Silveira, em um fim de manhã, que Ana foi vítima de bandidos, que trazem a lógica da barbárie similar ao Estado Islâmico para o nosso cotidiano. 

Uma mãe, ou melhor, supermãe que discretamente esteve longe dos holofotes e se dedicou a criar os filhos, apoiando nos bastidores as incursões do marido na política e na vida empresarial. Sávio, além da concessão da estrada de ferro do Corcovado, pilota o projeto do superaquário da cidade e a recuperação das Paineiras, tendo disputado as duas últimas eleições. 

Na mesma semana, assistimos, de forma premonitória, ao maior empresário do setor imobiliário da Barra, Carlos Carvalho, transformar a festa dos 64 anos da sua construtora em um libelo para unir a sociedade a fim de enfrentar a violência. O que seria um evento de oba-oba e bajulações virou um chamamento à cidadania. 

A ideia é criar mutirão com a classe empresarial, apoiando, de forma efetiva e não apenas afetiva, o poder público, criando condições para melhorar a segurança da Barra e do Recreio. Já aconteceu algo similar com a hotelaria na Zona Sul. A proposta prevê a instalação de câmeras, mais efetivos, batalhões estruturados, braços das delegacias especializadas e clima de tolerância zero. 
Quem aplaudiu Carvalho, na sapiência dos seus 91 anos, não poderia imaginar que apenas 48 horas depois estaria o bairro manchado pelo sangue de uma inocente, ceifada do papel de mãe, esposa, filha e amiga de forma tão gratuita e injustificada. 

A sociedade organizada precisa reagir. 

Compreender que nesta guerra a bandidagem vence, quando pensamos de forma egoísta, blindando carros, erguendo guaritas e nos aquartelando nas nossas casas. O chamamento da segunda-feira, amplificado pela tragédia do Recreio, precisa se transformar em exemplo para a cidade. 

Agora é hora de chorar nossa perda. Mas, amanhã, a memória de Ana Lúcia será honrada com a reação da sociedade organizada.

* Cláudio Magnavita - Jornalista

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