País se destaca no mercado de agências digitais, com crescimento maior que Argentina e México. Estudo também conclui que sete em cada 10 reservas de viagens se originam na web

O setor de turismo é um dos que mais cresce em todo o mundo, em especial na América Latina, acompanhado pela expansão das agências de viagens online. De acordo com novo estudo da Amadeus “Um olhar profundo sobre o mercado das Viagens Online na América Latina”, parceira tecnológica líder para o setor de turismo, no Brasil as viagens geradas por OTAs (Online Travel Agencies) cresceram 24% em 2014. Com isso, o País se coloca à frente de locais como Argentina (20%) e México (17%). O estudo foi realizado em seis países na América Latina – Brasil, México, Colômbia, Argentina, Peru e Chile.

“Este aumento é bastante considerável, pois representa uma expansão muito acima do crescimento econômico destas nações, refletindo uma mudança de comportamento de compra de viagens pela população latino-americana”, explica Paulo Rezende, Diretor Comercial de Online Travel Agencies LATAM da Amadeus. Segundo o executivo, o mercado mudou, assim como as preferências de compra para viagens de lazer e corporativas, e as OTAs têm se consolidado como as maiores provedoras de serviços de viagens da região.

A tendência também pode ser observada pela rápida expansão do mercado online versus o mercado total de viagens, que tem registrado uma diferença de mais de 4 pontos percentuais entre um e outro, conforme gráfico abaixo:

Entre as preferências do mercado digital, 67% do mix de vendas se concentram na compra de produtos aéreos. Nas agências off-line esta participação sobe para 72% das vendas. “Ainda observamos uma inclinação clara para a contratação de viagens corporativas por agências offline, por conta das preferências dos compradores por serviços personalizados e pelo acompanhamento em detalhes”, lembra Paulo.

Enquanto as viagens de lazer representam 82% das preferências online na América Latina, as agências offline contam com apenas 76% da sua receita neste quesito, registrando, ainda, um maior número na procura por viagens corporativas (33%). Ainda de acordo com o estudo, constatou-se que não são esperadas mudanças significativas neste cenário no médio prazo e, inclusive, há uma crença por parte das próprias agências de que as diferenças percentuais se acentuarão.

“O turismo na América Latina continua como forte propulsor da economia e a expansão das OTAs é fundamental para esse crescimento. Está claro que a Internet ainda é a ferramenta mais amigável para o planejamento de viagens de lazer e para as pequenas empresas, permitindo maior acesso a informação e à comparação de preços e serviços. Para o setor de viagens corporativas o caminho para o on-line passa pela implementação das ferramentas de autosserviço (online booking tools), que garantem a obediência às políticas de viagem das empresas e o uso dos acordos corporativos com provedores”, finaliza Paulo.

A expectativa é que nos próximos 10 anos, a contribuição da indústria de viagens para o produto interno bruto (PIB) da América Latina quase dobre, apresentando um incremento de US$ 75 bilhões (2010) para US$ 126 bilhões em 2020.