Localizado a quatro metros de profundidade, novo atrativo integra turismo, meio ambiente e arte com a natureza

Por Victor Maciel

A cidade de Bonito, no Mato Grosso do Sul, inaugurou neste mês o primeiro museu subaquático de água doce do Brasil. Localizado em um grande lago com cerca de 4 metros de profundidade, o local oferta aos turistas que visitam o atrativo a integração da arte com a natureza, além de trazer a possibilidade de expressões artísticas relacionadas ao meio ambiente. Em sua primeira exposição, os mergulhadores podem conferir os contrastes através do surrealismo e da utilização de símbolos visuais, com o objetivo de estimular a reflexão aos visitantes.

Para o ministro do Turismo, Gilson Machado Neto, a iniciativa conversa com as ações do governo federal em prol da revitalização do ecoturismo náutico brasileiro. “Este atrativo se soma ao que já vínhamos desenvolvendo no que se refere a turismo náutico em nosso país. São iniciativas assim, aliadas à sustentabilidade e ao meio ambiente, que ajudarão no desenvolvimento e impulsionarão o nosso setor, que é tão rico e propenso à esta prática”, disse o ministro.

Além destas obras de artes em Bonito (MS), o Brasil possui em seu litoral cerca de 20 mil naufrágios que datam desde a época do descobrimento do Brasil, de acordo com o levantamento publicado no livro Naufrágios do Brasil: Uma cultura submersa, de José Carlos Silvares. Muitos dos navios naufragados na costa brasileira podem ser visitados por meio do mergulho, como é o caso do Pinguino, localizado na cidade fluminense de Angra dos Reis e o Nau Corveta, em Fernando de Noronha.

No litoral brasileiro também há embarcações que foram naufragadas propositalmente para se tornarem atrativos turísticos como os três pequenos rebocadores a poucas milhas da praia de Boa Viagem, em Recife: O Lupus, o Minuano e o Servemar X. As embarcações, construídas em 1955, estão a cerca de 30 metros de profundidade e sua estrutura ainda está bem preservada. Em 2019, a Embratur, o Ministério do Meio Ambiente, a Marinha e o ICMBio afundaram os navios, Riobaldo e Natureza, na costa de Tamandaré, no litoral sul do estado.

A cidade de Guarapari (ES) também é referência para a prática do mergulho. Os turistas que anteriormente visitavam a cidade para conhecer a Igreja Matriz, construída em 1585, e a Casa da Cultura, erguida no século XVIII, desenvolveram também o desejo de conhecer as embarcações históricas que estão submersas no litoral da cidade. O navio cargueiro britânico Bellucia, que é um dos principais visitados, está a 20 metros de profundidade e mostra um pouco das embarcações de grande porte do século XX.

TURISMO DE NATUREZA - O Turismo de Natureza foi responsável por motivar a viagem de 18,6% dos turistas internacionais, em 2019, registrando o maior índice dos últimos cinco anos. No mesmo ano, o IBGE apontou que cerca de 1,5 milhão de turistas brasileiros viajaram dentro do país motivados pela aventura e natureza, o que representa 26% das viagens realizadas a lazer. Entre os destinos mais procurados, atualmente, para Turismo em Natureza estão: Foz do Iguaçu (PR), Rio de Janeiro (RJ), São Paulo (SP), Angra dos Reis (RJ) e Florianópolis (SC).

CAMPANHA PROMOCIONAL – O Ministério do Turismo lançou, neste ano, a campanha “Turismo em Natureza”. Com o slogan “Viaje pelo Brasil. Gigante pela própria natureza”, as peças publicitárias têm como foco a experiência do viajante e retratam a importância de se praticar um turismo consciente, sustentável e seguro no momento de retomada das atividades turísticas. Todo o material, que inclui cards, vídeos, entre outros, pode ser conferido em mídias digitais e sites do trade turístico.