Com mais de 50% da população com esquema vacinal completo contra a Covid-19, o Brasil vê cada vez mais fronteiras se abrirem para seus turistas. Em São Paulo, por exemplo, a imunização tem sido tão eficiente quanto em países ricos com alta cobertura vacinal.

Em todo o estado, 87% da população adulta já havia sido completamente vacinada até o último dia 27, mais do que no Reino Unido (86%), Alemanha (79%) e Estados Unidos (75%). Considerando o país como um todo, 71,88% da população já tomaram a 1ª dose, enquanto 52,06% receberam ambas ou a vacina de dose única.

Veja aqui uma lista dos 27 países da União Europeia e alguns dos principais da América Latina que autorizam ou não a entrada de turistas brasileiros atualmente.

ALEMANHA

São permitidos apenas turistas brasileiros com esquema vacinal completo. É preciso apresentar o certificado de vacinação finalizado 14 dias antes da viagem e certificado da EU, ou comprovante comparável em alemão, inglês, francês, italiano ou espanhol. Pessoas que se infectaram podem viajar com apenas uma dose, porém, além do certificado de vacinação, também devem apresentar RT-PCR positivo (a contaminação não pode ter ocorrido há mais de seis meses).

Os não vacinados ou com apenas uma dose só poderão viajar caso tenham direito a residência de longa duração. Estes deverão apresentar os documentos citados acima e RT-PCR negativo feito no máximo há 72 horas, ou antígeno coletado até 48 horas antes.

Menores de 12 anos não precisam apresentar quaisquer comprovantes.

Vacinas autorizadas: Pfizer, Janssen, Moderna e AstraZeneca.

O viajante precisa ter passaporte válido por seis meses a partir da data de saída do país; comprovar o objetivo da viagem; recursos financeiros suficientes para sua duração; e, apesar de não obrigatório, a embaixada recomenda que seja contratado um seguro de saúde.

Saiba mais: https://brasil.diplo.de/br-pt/coronavirus/2320108

ÁUSTRIA

O Brasil faz parte da lista de países proibidos de entrar na Áustria sem escalas para quarentena. Entretanto, caso o viajante já se encontre em território Schengen há pelo menos dez dias, sua entrada é permitida. Caso contrário, é preciso fazer quarentena de dez dias, apresentar teste RT-PCR negativo e registro eletrônico do formulário disponibilizado no site da embaixada.

Vacinas autorizadas: Pfizer, Janssen, Moderna, Astrazeneca e Coronavac.

O viajante precisa ter um passaporte válido por seis meses a partir da data de saída do país com uma página de visto em branco; bilhete de ida e volta; documentos solicitados para o próximo destino; comprovar renda suficiente; contratar seguro saúde válido para todo o território Schengen.

Saiba mais: https://www.bmeia.gv.at/br/embaixada-da-austria-em-brasilia/viajar-para-austria/corona-virus-covid-19-e-viagens/

BÉLGICA

São permitidos apenas turistas brasileiros com esquema vacinal completo. Apresentar certificado europeu de vacinação contra a Covid-19; certificado brasileiro emitido em inglês de vacinação completa 14 dias antes da viagem; formulário de localização de passageiro preenchido até seis meses antes da chegada na Bélgica; e submeter-se a um teste RT-PCR no 1º ou 2º dia após a chegada. Os acompanhantes entre 12 e 18 anos devem apresentar RT-PCR negativo realizado 72 horas antes da chegada na Bélgica em holandês, francês, alemão ou inglês, e submeter-se a teste RT-PCR no 7º dia após a chegada ao país.

Vacinas autorizadas: Pfizer, Janssen, Moderna e AstraZeneca.

O viajante precisa ter um passaporte válido por seis meses a partir da data de saída do país; bilhete de ida e volta; comprovante de recursos financeiros e de hospedagem; e seguro viagem.

Saiba mais: https://brazil.diplomatie.belgium.be/pt-br

BULGÁRIA

O país proibiu a entrada de turistas brasileiros. São aceitos apenas estudantes com visto de longa estada.

Saiba mais: https://www.tourism.government.bg/en/kategorii/covid-19/aktualizirana-informaciya-za-ptuvashchite-pri-vlizane-v-republika-blgariya

REPÚBLICA TCHECA

São permitidos apenas turistas brasileiros com esquema vacinal completo. É necessário preencher o formulário de localizador de passageiros; contratar o seguro saúde com cobertura contra a Covid-19; e apresentar certificado de vacinação.

Vacinas autorizadas: Pfizer, Janssen, Moderna e AstraZeneca.

O viajante precisa ter um passaporte válido por seis meses a partir da data de saída do país; bilhete de ida e volta; comprovar propósito de viagem e renda suficiente para a estada; e documentos do próximo destino.

Saiba mais: https://www.mzv.cz/jnp/en/index.html

CHIPRE

De acordo com o consulado do Chipre, turistas brasileiros devem preencher o formulário CYPRUS FLIGHT PASS. A partir deste, as autoridades sanitárias irão autorizar ou não a entrada.
O passaporte de permanência de 90 dias é suficiente para entrada no país.

Saiba mais: https://cyprusflightpass.gov.cy/

CROÁCIA

A entrada de turistas brasileiros só é permitida com reserva ou alojamento pago em hotel, acampamento, locatário privado ou embarcação alugada e outra forma de alojamento turístico -ou seja, proprietário de casas ou navios no país. O turista deve apresentar RT-PCR negativo de até 72 horas; certificado de vacinação completa passados 14 dias desde a segunda dose; certificado de recuperação da Covid-19 e uma dose da vacina no prazo de oito meses após contrair o vírus. Além disso, é preciso apresentar certificado de recuperação emitido por um médico, ou o viajante precisará se submeter, na chegada, ao autoisolamento de dez dias.

Vacinas autorizadas: Pfizer, Moderna, AstraZeneca e Janssen.

O viajante precisa ter passaporte válido por seis meses a partir da data de saída do país com uma página em branco; bilhete ida e volta; comprovação de hospedagem e renda suficiente; e documentos solicitados para o próximo destino.

Saiba mais: https://mup.gov.hr/uzg-covid/english/286212

DINAMARCA

O turista brasileiro deve realizar um teste dentro de 24 horas após a chegada ao país e isolar-se por dez dias, mesmo estando totalmente vacinado. Estão isentos destas restrições os infectados anteriormente com comprovação de teste RT-PCR positivo há mais de 14 dias e até um ano atrás, ou com certificado de vacinação considerado equivalente ao certificado europeu.

Vacinas autorizadas: Pfizer, Moderna, AstraZeneca e Janssen.

O viajante precisa ter um passaporte válido por seis meses a partir da data de saída do país com uma página de visto em branco; bilhete de ida e volta; comprovar propósito de viagem e renda suficiente para a estada; e documentos do próximo destino.

Saiba mais: https://en.coronasmitte.dk/travel-rules

ESLOVÁQUIA

Apenas viajantes brasileiros que apresentarem certificado internacional válido com esquema vacinal completo podem entrar no país. O documento deve estar em eslovaco, tcheco ou inglês. Também é necessário apresentar RT-PCR negativo emitido nas 72 horas antes da chegada e preencher o formulário eHranica. A quarentena de dez dias é obrigatória.

Vacinas autorizadas: Pfizer, Moderna, AstraZeneca e Janssen.

O viajante precisa ter um passaporte válido por seis meses a partir da data de saída do país com uma página de visto em branco; bilhete ida e volta; documentos do próximo destino; documentação de renda suficiente para a estada; e comprovação do motivo da viagem.

ESLOVÊNIA

Brasileiros com esquema vacinal completo não têm restrição de entrada e deverão apresentar teste de RT-PCR negativo coletado até 72 horas antes da viagem e resultado do teste HAG negativo 48 horas antes de embarcar. Caso já tenha sido contaminado, é obrigatório o certificado de recuperação de infecção (prova de teste RT-PCR positivo com mais de dez dias ou atestado médico). Nos outros casos, é preciso apresentar certificado de vacinação comprovando o tempo de vacinação; certificado digital europeu de COVID-19 em formato digital ou papel; certidão digital de Covid-19 do Brasil em formato digital ou papel.

Vacinas autorizadas: Pfizer, Moderna, AstraZeneca, Janssen e Coronavac.

O viajante precisa ter um passaporte válido por seis meses a partir da data de saída do país; comprovação de recursos financeiros; e seguro médico internacional.

Saiba mais: https://www.gov.si/en/

ESPANHA

São permitidos apenas turistas brasileiros com esquema vacinal completo. Deve-se providenciar certificado de vacinação completo escrito em espanhol, inglês, francês ou alemão, e preencher, 48 horas antes da viagem, formulário de declaração de saúde. Menores de 12 anos não precisam de certificado.

Vacinas autorizadas: Pfizer, Moderna, AstraZeneca, Janssen e Coronavac.

O viajante precisa ter passaporte válido por seis meses a partir da data de saída do país; documento comprobatório do alojamento emitido pela Esquadra de Polícia correspondente ao local de hospedagem; confirmação da reserva de viagem organizada (com itinerário) e bilhete de ida e volta ou circuito turístico.

Saiba mais: http://www.exteriores.gob.es/Embajadas/BRASILIA/es/Paginas/inicio.aspx

http://www.exteriores.gob.es/Consulados/SAOPAULO/es/Consulado/Paginas/Articulos/RESTRICCIONES-DE-ENTRADA-A-ESPA%c3%91A-Y-REGLAS-SANITARIAS-A-LA-LLEGADA-A-ESPA%c3%91A.aspx

Formulário de declaração de saúde: https://www.spth.gob.es/

ESTÔNIA

Apenas aqueles que apresentarem certificado comprovando esquema vacinal completo emitido em inglês, russo ou estoniano, ou que tenham se contaminado nos últimos seis meses, podem entrar no país sem cumprir os requisitos de quarentena, teste ou registro de entrada. Já os não vacinados devem ficar em quarentena por dez dias e apresentar RT-PCR negativo realizado até 72 horas antes da chegada na Estónia. Todos são obrigados a preencher o formulário de localização de passageiro 24 horas antes.

Vacinas autorizadas: Pfizer, AstraZeneca, Moderna e Janssen.

O viajante precisa ter passaporte válido por seis meses a partir da data de saída do país; comprovante dos voos de entrada e saída do país; seguro saúde; documentos exigidos para o próximo destino e comprovante de renda suficiente para todo o período de permanência.

FINLÂNDIA

Apenas brasileiros acima de 16 anos completamente vacinados são autorizados a fazer turismo. O viajante precisa apresentar o comprovante sete dias após a segunda dose ou dose única em inglês; comprovante de teste de RT-PCR negativo emitido em até 72 horas da chegada; laudo com diagnóstico de Covid-19 nos últimos seis meses (caso infectado).

Vacinas autorizadas: Pfizer, Moderna, AstraZeneca, Janssen e Coronavac.

O viajante precisa ter passaporte válido por seis meses a partir da data de saída do país; bilhete de volta com data marcada; seguro de viagem (com cobertura de 30.000 euros); 30 euros por dia; cartão de crédito internacional.

Saiba mais: https://finlandabroad.fi/web/bra/atualidades/-/asset_publisher/h5w4iTUJhNne/content/koronavirus-brasiliassa/384951

FRANÇA

São permitidos apenas turistas brasileiros com esquema vacinal completo. Devem estar municiados de formulário de declaração apresentando que não tiveram sintomas de infecção da Covid-19 ou tido contato com pessoas que testaram positivo para a doença (a partir de 11 anos de idade); comprovante de vacinação completa sendo sete dias após a segunda dose, quatro semanas desde a dose única e sete dias após dose de reforço aos que se imunizaram com a Coronavac.

Vacinas autorizadas: Pfizer, Moderna, Astrazeneca, Janssen e Coronavac.

O viajante precisa ter passaporte válido por seis meses a partir da data de saída do país; bilhete de ida e volta; documentos solicitados para o próximo destino; documentos que comprovem o propósito da viagem; comprovar renda suficiente para a estada.

Saiba mais: https://riodejaneiro.consulfrance.org/Passe-sanitario-para-estrangeiros-e-estudantes-de-fora-da-UE-na-Franca


GRÉCIA
Por ora, a entrada de brasileiros se encontra proibida.

HUNGRIA

A entrada de turistas brasileiros ainda se encontra proibida.

Saiba mais: https://saopaulo.mfa.gov.hu/page/cidadaos-brasileiros

PAÍSES BAIXO/HOLANDA

Turistas brasileiros devem apresentar declaração de vacina Covid-19 disponível no site do governo; comprovante de vacinação com esquema vacinal completo de 14 dias desde a segunda dose ou 28 dias da dose única, além de resultado negativo de teste.

Vacinas autorizadas: AstraZeneca, Pfizer, Moderna, Janssen e Coronavac.

O viajante precisa ter passaporte válido por seis meses a partir da data de saída do país; bilhete de ida e volta; documentos solicitados do próximo destino; comprovação de propósito da viagem e renda suficiente para a estada.

Saiba mais: https://www.government.nl/topics/coronavirus-covid-19/visiting-the-netherlands-from-abroad

https://www.holandaevoce.nl/


IRLANDA

Além do certificado de vacinação completa com pelo menos 15 dias após a segunda dose, e 14 dias para dose única, os viajantes deverão apresentar RT-PCR negativo realizado nas últimas 72 horas antes da chegada. Já os sem esquema vacinal completo deverão realizar quarentena em um hotel por 14 dias, e apresentar um teste RT-PCR negativo realizado até 72 horas antes do embarque. Todos devem preencher o formulário de localização de passageiro. Menores de 12 anos devem apresentar teste de RT-PCR negativo emitido 72 horas antes da partida e serão solicitados a cumprir autoquarentena por 14 dias.

Vacinas autorizadas: Pfizer, Moderna, Janssen e AstraZeneca.

O viajante precisa ter passaporte válido por seis meses a partir da data de saída do país; comprovar hospedagem; bilhete de ida e volta; e renda suficiente relacionada à duração da estada.

Saiba mais: https://www.gov.ie/en/

ITÁLIA

É proibida a entrada de brasileiros sem vínculo com a Itália e pessoas que transitaram no país 14 dias antes da viagem.

Saiba mais: https://consriodejaneiro.esteri.it/consolato_riodejaneiro/pt/la_comunicazione/dal_consolato/emergenza-covid-19-coronavirus.html

LETÔNIA

É proibida a entrada de turistas brasileiros.

LITUÂNIA

Nenhum teste ou requisitos de isolamento são aplicados aos turistas totalmente vacinados após 14 dias com segunda dose ou dose única. Dos não vacinados ou recuperados, é exigida a apresentação de teste negativo antes da chegada, e isolamento voluntário de dez dias.

Vacinas autorizadas: Janssen, Pfizer, Moderna e AstraZeneca.

O viajante precisa ter um passaporte válido por seis meses a partir da data de saída do país; bilhete de ida e volta; renda durante a permanência; seguro saúde válido para todo o território Schengen; documentos solicitados para o próximo destino.

Saiba mais: https://www.lithuania.travel/en/news/covid-19-in-lithuania-information-for-tourists

LUXEMBURGO

É proibida a entrada de brasileiros.

Saiba mais: http://consuladoluxemburgo.com.br/

MALTA

É proibida a entrada de brasileiros.

Saiba mais: https://www.visitmalta.com/en/

POLÔNIA

É proibida a entrada de turistas brasileiros.

Saiba mais: https://www.strazgraniczna.pl/pl/cudzoziemcy/covid-epidemia-koronawi

PORTUGAL


Não é preciso estar vacinado ou fazer quarentena. Basta apresentar teste RT-PCR ou antígeno com 72 horas ou 48 horas de antecedência, respectivamente.

Vacinas autorizadas: Janssen, Pfizer, Moderna e AstraZeneca.

O viajante precisa ter passaporte válido por seis meses a partir da data de saída do país; documento comprobatório de alojamento e meios financeiros de acordo com a estada (equivalente a 75 euros por cada entrada em território nacional, acrescidos de 40 euros por dia de permanência); bilhete ida e volta.

Saiba mais: https://consuladoportugalsp.org.br/

ROMÊNIA

O turista brasileiro pode entrar na Romênia independentemente de estar ou não vacinado. Caso não esteja, deve ficar em quarentena por 14 dias. Todos devem preencher a declaração on-line do coronavírus Covid-19 (https://chestionar.stsisp.ro/) e a Declaração de Localizador de Passageiros. Já para as crianças, o teste RT-PCR negativo só é exigido para a faixa de três a 16 anos, 72 horas antes da data de entrada.

Vacinas autorizadas: Pfizer, Moderna, AstraZeneca e Janssen.

O viajante precisa ter passaporte válido por seis meses a partir de sua data de saída do país e uma página de visto em branco; bilhete ida e volta; comprovação de hospedagem e renda suficiente para o período da estada; documentos do próximo destino.

Saiba mais: https://romaniatourism.com/travel-advisory.html


SUÉCIA

É proibida a entrada de brasileiros.

Saiba mais: https://polisen.se/en/

AMÉRICA LATINA


ARGENTINA
Os aeroportos da Argentina voltaram a aceitar turistas estrangeiros desde o último dia 1º.

Até este momento, são permitidos apenas turistas brasileiros com esquema vacinal completo. Apresentar RT-PCR negativo realizado até 72 horas antes do embarque e certificado de vacinação completa (de 14 dias antes do embarque); seguro com cobertura Covid-19; teste RT-PCR realizado após cinco dias no país. Menores sem vacinação completa devem realizar quarentena.

Vacinas autorizadas: Astrazeneca, Pfizer, Janssen e Coronavac.

Apenas o documento de identidade é suficiente.

Saiba mais: https://ebras.cancilleria.gob.ar/

BOLÍVIA

Os viajantes devem apresentar teste RT-PCR negativo para Covid-19 realizado até 72 horas antes da chegada, seguro saúde com cobertura para Covid-19 e um formulário de saúde. É preciso cumprir isolamento por 10 dias.

Vacinas autorizadas: Pfizer e AstraZeneca.

Apenas o documento de identidade é suficiente.

CHILE

Só poderão entrar turistas brasileiros com passe de mobilidade chilena (certificado de vacinação validado no Chile) com cinco dias de isolamento e travessias de fronteira (países de fronteira aberta) municiados de declaração juramentada de viajantes; teste RT-PCR negativo de até 72 horas até o horário de saída do voo ou de mesmo período desde a coleta até a chegada com entrada terrestre (crianças de até dois anos são isentas deste requisito); seguro médico de saúde.

Vacinas autorizadas: Moderna, Pfizer, Janssen, AstraZeneca e Coronavac.

Apenas o documento de identidade é suficiente.
Saiba mais: https://chile.gob.cl/chile/ingreso-a-chile-desde-el-exterior

COLÔMBIA


Todos os turistas brasileiros, independentemente de idade, devem apresentar o RT-PCR negativo até 96 horas antes do voo e preencher o formulário Check-mig na página Migración Colombia, entre 24 horas e 1 hora antes da viagem.

Vacinas autorizadas: Astrazeneca, Pfizer e Coronavac.

Apenas o documento de identidade é suficiente.

Saiba mais: https://www.colombia.travel/es

URUGUAI

Até o dia 1º de novembro, o país permanecerá fechado para brasileiros. Depois desta data, será preciso estar com esquema vacinal completo. Serão exigidos RT-PCR negativo realizado até 72 horas antes da viagem; certificado de vacinação; seguro de assistência com cobertura específica para Covid-19.

Vacinas autorizadas: Astrazeneca, Pfizer, Janssen e Coronavac.

Apenas o documento de identidade é suficiente.
Saiba mais: https://turismo.gub.uy/

A Assembleia Nacional da França aprovou, nesta quarta-feira (20), o projeto de lei que permite a prorrogação da exigência dos passaportes de saúde até 31 de julho de 2022. O texto ainda precisa do aval do Senado na próxima quinta-feira (28).

O documento prova que seu titular já recebeu o esquema completo de vacinas contra a Covid-19 ou teve recente resultado negativo em testes de detecção da doença. O passe tem sido exigido em locais como bares, restaurantes e instalações esportivas, por exemplo.

A data em julho é o prazo máximo para a obrigatoriedade do passaporte de saúde, que pode ser suspenso antes se indicadores como taxa de vacinação, proporção de testes positivos e disponibilidade de leitos de UTI assim o permitirem.

Desde agosto, manifestantes contrários à exigência têm ido às ruas do país em protestos, embora o volume dos atos tenha caído gradualmente nas últimas semanas.

A falta de consenso sobre o tema ficou evidente durante a votação na Assembleia. O projeto todo foi aprovado com 135 votos a favor e 125 contra após dois dias de discussões acaloradas no Parlamento. O artigo específico que possibilita a prorrogação do passe até julho de 2022 teve votação ainda mais acirrada: 74 votos favoráveis e 73 contrários.

Até esta quinta-feira (21), a França registrou mais de 7,2 milhões de casos e 118 mil mortes por Covid-19, segundo dados compilados pela Universidade Johns Hopkins.

Ricardo Della Coletta e Raquel Lopes (Folhapress)

Diante do aumento do número de brasileiros tentando entrar de modo ilegal nos EUA, o governo do México decidiu voltar a exigir visto de entrada de cidadãos do Brasil que queiram entrar no país como visitantes.

Um anteprojeto da determinação foi publicado nesta quinta-feira (14) no site da Comissão de Melhora Regulatória, órgão do governo mexicano. Atualmente, para entrar no México com o objetivo de fazer turismo, os brasileiros precisam apenas apresentar o passaporte.

Depois de um fluxo de migrantes reduzido em 2020 devido à pandemia da Covid-19, a quantidade de brasileiros tentando entrar de forma ilegal nos EUA explodiu neste ano.

Segundo dados do Serviço de Alfândega e Proteção das Fronteiras (CBP, na sigla em inglês), foram mais de 47 mil apreensões entre outubro de 2020 e setembro de 2021. De acordo a Polícia Federal, só em agosto 9.000 pessoas foram presas na travessia do México para os Estados Unidos.

O texto do anteprojeto diz que foi identificado um "aumento substancial" de brasileiros que ingressam no país "com finalidade distinta da permitida" como visitante temporário -ou seja, para turismo ou negócios.

Os brasileiros, assim como muitos imigrantes centro-americanos, costumam voar até o México para, dali, tentar cruzar a fronteira terrestre com os EUA.

"Parte dessa situação é refletida nos controles migratórios, com a identificação de pessoas cujo perfil não se ajusta ao de visitante ou de turista genuíno e que apresentam inconsistências na documentação, robustecendo a possibilidade que um número significativo de pessoas que pretendem usar a não exigência de vistos de forma indevida", diz o documento da Secretaria de Governo do México.

O documento estabelece que a exigência de visto valerá a partir de 15 dias da publicação da nova norma.

Mayara Paixão (Folhapress)

Em junho de 2009, eram anunciados em Portugal, após uma sequência de shows que incluiu a brasileira Daniela Mercury, os sete monumentos espalhados pelo mundo que, a partir de então, também seriam lembrados como maravilhas de origem lusitana.

Em comum, todos os nomes da lista tinham o fato de terem sido construídos durante a expansão marítima portuguesa, iniciada no século 15. A iniciativa para a competição nascera da fundação New 7 Wonders, baseada na Suíça, e teve apoio da administração pública portuguesa. Cerca de 240 mil pessoas participaram da votação, na qual disputavam 27 monumentos de 16 países.

Ao final, foram escolhidos: Igreja da Ordem Terceira de São Francisco da Penitência (Minas Gerais, Brasil), Igreja e Convento de São Francisco (Bahia, Brasil), Fortaleza de Diu (Índia), Fortaleza de Mazagão (Marrocos), Basílica do Bom Jesus (Índia), Cidade Velha de Santiago (Cabo Verde) e Ruínas de São Paulo (Macau).

Apesar da participação popular, à época algumas críticas também se levantaram. O ponto de tensão era a exaltação do passado português no discurso da identidade nacional em detrimento do presente. O antropólogo João Leal, professor da Universidade Nova de Lisboa, foi um dos que apontaram críticas.

Hoje, à Folha, ele sustenta o argumento. "No fundo disso está um discurso das elites, mas que acaba por ser popular: a ideia de que hoje somos um país pequeno, mas já fomos um país grande."

O discurso em relação aos descobrimentos e à expansão marítima portuguesa, diz Leal, ainda carece de um contrapeso que fale da violência –como a escravidão–, e não apenas da exaltação do período.

"E o poder político não tem feito o que é necessário para encarar essa realidade de forma complexa, para que não se olhe apenas para as zonas de luxo, mas também para as zonas de sombra", observa.

Mas faz um adendo: a crítica não exclui a importância de valorizar as sete maravilhas, muitas vezes recurso turístico para os países em que se localizam. O importante, diz, é que os monumentos sejam apresentados ao visitante não apenas como um registro heroico, mas contem a história mais complexa da colonização portuguesa. "É importante que os próprios monumentos estejam ligados a centros de pesquisa que contem a história –o que já acontece em muitos deles."

Igreja da Ordem Terceira de São Francisco da Penitência (Minas Gerais, Brasil)

Mais do que parte da história da colonização portuguesa e das ordens religiosas no país, o monumento, localizado na cidade de Ouro Preto, é reconhecido em razão de Antônio Francisco Lisboa (1738 - 1814), o Aleijadinho, arquiteto e escultor brasileiro que por mais de 20 anos trabalhou no edifício, imprimindo a marca do barroco mineiro.

A Ordem Terceira de São Francisco foi fundada em 1746 no país, na Capela do Bom Jesus dos Perdões; dez anos depois, já contava com mais de mil adeptos. Em 1766, teve início a construção da igreja pelo mestre de obras Domingos Moreira de Oliveira, natural da cidade do Porto. Quatro anos depois, Aleijadinho começa a trabalhar no projeto, que também contou com pintura do mineiro Manuel da Costa Ataíde (1762 - 1830), o Mestre Ataíde.

Em 1938, foi tombada pelo recém-criado Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, precursor do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional). A igreja também faz parte do itinerário do Museu Aleijadinho, pertencente à Paróquia Nossa Senhora da Conceição, Arquidiocese de Mariana.

Cidade Velha (ilha de Santiago, Cabo Verde)

Com frequência descrita por autoridades do arquipélago de Cabo Verde como o "berço da nação cabo-verdiana", a cidade foi a primeira aglomeração urbana construída pelos portugueses na região dos trópicos, em 1462, dois anos após aportarem e começarem a povoar o conjunto de ilhas. Foi, ainda, a primeira capital de Cabo Verde –até que perdeu o posto para a cidade de Praia, também na ilha de Santiago.

A região foi inicialmente batizada de Ribeira Grande e, ao longo dos séculos 16 e 17, usada como entreposto do comércio escravagista no Atlântico. Ali paravam navios com homens e mulheres capturados na costa da África para reabastecer até que pudessem seguir viagem para a Europa ou a América. Ainda que Cabo Verde seja historicamente marcado por dificuldades no acesso à água, em razão de secas cíclicas, a proximidade de Cidade Velha de uma fonte de água a favoreceu.

As construções urbanas foram erguidas por mão de obra cativa e, entre as poucas que se mantêm em pé, está a igreja de Nossa Senhora do Rosário, onde pregou o padre jesuíta António Vieira (1608-1697). Em 2009, Cidade Velha foi tombada como Patrimônio Imaterial da Humanidade.

Ruínas de São Paulo (Macau)

Ponto turístico da região administrativa especial de Macau, na China, as ruínas são formadas pelo que restou de um complexo religioso que alojava a Igreja da Madre de Deus, erguida entre 1601 e 1640, e o Colégio Jesuíta de São Paulo. Um incêndio consumiu a maior parte dos edifícios em 1835, o que fez com que os muros fossem postos abaixo, para não representar perigo à população, restando apenas a fachada.

Ocupada por Portugal desde a segunda metade do século 16, Macau seguiu como território ultramarino português até 1999. Ordens religiosas, como a de franciscanos, dominicanos e jesuítas, atuaram na região. O Colégio de São Paulo é considerado a primeira instituição de ensino superior ocidental em território chinês, na qual eram formados missionários para o Japão e para a China.

Basílica do Bom Jesus em Goa (Índia)

Inaugurada em 1605 em Velha Goa, então capital da ocupação portuguesa na Índia, a basílica foi encomendada pela ordem religiosa dos jesuítas em 1594. Foi construída com o objetivo de abrigar as relíquias de São Francisco Xavier (1506-1552), que foram transferidas em 1624.

A estética do edifício teve inspiração nas construções arquitetônicas europeias, mas é celebrada em Goa por ter sido feita com materiais e mão de obra locais. A basílica sobreviveu mesmo depois que Portugal expulsou os jesuítas de Goa, em 1759.

Apesar da importância do monumento, moradores locais temem que ele entre em colapso devido à ação da água das fortes chuvas das monções, que tem erodido a construção. Em entrevista à agência de notícias Lusa em janeiro, o padre Patrício Fernandes, responsável pelo local, disse que a fragilidade da estrutura foi desencadeada durante a ditadura de António Salazar (1932 - 1968), que retirou parte da argamassa da basílica para fazê-la parecer ainda mais antiga.

Igreja e Convento de São Francisco (Bahia, Brasil)

Considerado uma das construções mais importantes dos franciscanos no Brasil, o conjunto começou a ser erguido em 1686, quase um século após a ordem religiosa se estabelecer no estado da Bahia.

Primeiro, foram construídos os dormitórios dos frades; depois, a partir de 1708, a capela-mor e a igreja. Mesmo incompleta, a igreja, construída com a doação de moradores locais, foi aberta em 1713, e a estrutura foi concluída em 1723. Teve início, então, a ornamentação interna, que hoje atrai muitos turistas.

Na capela-mor estão dois altares –um em devoção a Nossa Senhora da Conceição, outro a Santo Antônio de Lisboa– e também uma lâmpada de prata de quase dois metros de altura. Os azulejos do espaço são provenientes de Lisboa e apresentam passagens da vida de São Francisco.

O monumento conta com um pátio interno, cercado por passagens com painéis de azulejos portugueses, sem autoria conhecida, apresentando cenas mitológicas, e é aberto à visitação do público.

Fortaleza de Diu (Índia)

Localizada na ilha indiana de Diu, a fortaleza foi construída pelos portugueses para defender o crescente comércio de especiarias no século 16. Após tentativas malsucedidas de ataques militares para conquistar o local, Portugal, potência marítima, enfim estabeleceu uma aliança com o governo local para ajudar a defender Diu do império Mogol. Com isso, obteve permissão para construir um forte e colocar seus homens nele.

O território permaneceu sob controle português por mais de quatro séculos, de 1537 a dezembro de 1961, até o governo indiano lançar uma ofensiva militar –conhecida como Operação Vijay– e reconquistar a área.

Cercada por água, a fortaleza possui um cais que ainda é usado. É possível ver os canhões espalhados por todo o parapeito do local. O espaço está atualmente sob a administração do governo indiano.

Fortaleza de Mazagão (El Jadida, Marrocos)

Hoje parte da cidade marroquina de El Jadida, a antiga ocupação portuguesa em Mazagão, que resultou na construção de uma fortaleza, está situada a 90 quilômetros de Casablanca, maior cidade do país. O forte colonial lusitano foi erguido no início do século 16 na costa do Atlântico e reconquistado pelos marroquinos em 1769.

A ocupação foi uma das primeiras dos portugueses na costa ocidental do continente africano em busca de uma rota marítima até a Índia e alcançou rápido desenvolvimento urbano, levando também a construção de quatro igrejas e várias capelas dentro da fortaleza.

O governo do Reino Unido aprovou a eliminação da exigência da quarentena em hotéis para viajantes de 47 países, reduzindo assim a chamada "lista vermelha" para apenas sete nações. Com isso, turistas partindo do Brasil com esquema de imunização completo serão autorizados a entrar no país europeu sem a necessidade de realizar quarentena após o desembarque.

A lista de países autorizados inclui também África do Sul, Índia e Turquia. Os recém-chegados totalmente vacinados terão de apresentar, no segundo dia em território britânico, um teste negativo para a Covid.

De acordo com informações dadas pelo ministro de Transportes, Grant Shapps, nesta quinta (7), as mudanças começam a valer na próxima segunda-feira (11).

A lista de países que seguem sujeitos à quarentena de dez dias em um hotel -com estadia custeada pelo próprio turista- é dominada por latino-americanos: Colômbia, República Dominicana, Equador, Haiti, Panamá, Peru e Venezuela. O governo britânico justifica a permanência desses países pela preocupação com as variantes Lambda e Mu, presentes na América Latina.

As vacinas autorizadas pelo Reino Unido são as da AstraZeneca, Pfizer, Moderna e Janssen. Turistas brasileiros completamente imunizados com a Coronavac ou, então, parcialmente imunizados com qualquer uma das vacinas, serão sujeitos a outras exigências. Terão de realizar um teste três dias antes do embarque e cumprir 10 dias de quarentena, com a opção de fazer um teste para ser liberado no tempo mínimo de cinco dias -nestes casos, o isolamento pode ser feito no local de estadia, e não necessariamente em um hotel.

O governo britânico frisou que o relaxamento das regras não se aplica no caso de o turista ter visitado um país da lista vermelha nos 10 dias antes de chegar ao Reino Unido. As informações completas, com detalhamento de como apresentar e solicitar os testes, estão disponíveis no site do governo britânico.

O governo de Jair Bolsonaro (sem partido), como mostrou a Folha, vinha se queixando e pressionando o Reino Unido para a eliminação da quarentena obrigatória. O ponto de preocupação é a participação da delegação brasileira na COP 26, reunião global sobre o clima, que a partir de 31 de outubro em Glasgow (Escócia).

No caso de participantes que viajarão para a COP, o Reino Unido aceitará todos os imunizantes, mesmo o da Coronavac. O presidente Bolsonaro, porém, afirma reiteradamente em declarações públicas não ter se vacinado contra a Covid.

A indústria britânica do turismo perdeu dois verões inteiros por consequência das restrições de viagens impostas para conter a disseminação do coronavírus. Companhias aéreas vinham pleiteando que o governo levantasse regras, sob a justificativa de que testes caros e exigências que mudavam com frequência atrasavam o reaquecimento do setor, deixando a indústria do país atrás de seus pares europeus.

"Restaurar a confiança das pessoas nas viagens é a chave para reconstruir nossa economia e nivelar o país", disse Shapps. "Com menos restrições e mais pessoas viajando, todos poderemos continuar avançando com segurança rumo à recuperação."

A ministra das Relações Exteriores, Liz Truss, também afirmou que o relaxamento das regras vai ao encontro dos objetivos sociais e econômicos do país. "Estamos atingindo o equilíbrio certo entre manter as pessoas seguras, que continua sendo nossa prioridade, e dar a elas a liberdade de exercer responsabilidade pessoal, ao mesmo tempo que apoiamos o setor de viagens."

O anúncio do governo britânico vem pouco mais de um dia após o Brasil retirar as restrições que impediam a entrada de passageiros vindos do Reino Unido, da África do Sul e da Índia.
De acordo com decisão publicada no Diário Oficial da União na noite de terça (5), os viajantes precisarão apresentar um teste negativo para a Covid-19. Poderão ser apresentados o teste de antígeno, realizado em até 24 horas anteriores ao momento do embarque, ou laboratorial RT-PCR, realizado em até 72 horas anteriores ao momento do embarque.

Os viajantes também deverão apresentar à companhia aérea um comprovante, impresso ou eletrônico, da Declaração de Saúde do Viajante (DSV), em que concorda com as medidas sanitárias que devem ser cumpridas durante o período em que estiver no Brasil. O formulário está disponível no site da Anvisa e deve ser apresentado em até 24 horas antes do embarque.

Em Portugal, vinho é coisa séria e orgulho nacional. No fechado universo vínico do país, porém, nota-se cada vez mais a presença de profissionais brasileiros, da produção à degustação. Além de criar uma premiada marca de vinhos, o empresário paulista André Manz, por exemplo, foi responsável por ajudar a evitar a extinção de uma uva nativa considerada perdida.

Apreciador de vinhos, o brasileiro começou no setor como um hobby, já que, antes de enveredar pela produção de vinhos, em 2010, Manz, em Portugal há 33 anos, criou uma das maiores empresas de fitness do país.

A oportunidade surgiu após se mudar com a família para Cheleiros, pequena cidade a cerca de 45 km de Lisboa, e se deparar com algumas vinhas antigas. Uma variedade de uva branca em particular, pequenina e muito doce, acabou lhe chamando a atenção. Após uma investigação, descobriu que se tratava de uma plantação de jampal, que, por ser considerada frágil e pouco rentável, havia caído em desuso.

O empresário decidiu investir no cultivo da espécie, dando origem ao Dona Fátima, primeiro vinho da Manzwine. A produção cresceu e ajudou a revitalizar o centro histórico de Cheleiros. Atualmente, Manz também produz vinhos na região do Douro, na península de Setúbal e na Toscana, na Itália.

O empresário relata que, nos primeiros anos do negócio, sentiu um pouco de dificuldade por ser um brasileiro no mundo dos vinhos em Portugal. "Nos primeiros cinco anos eu senti dificuldade, porque ainda não havia muitos brasileiros. Quando eu fazia viagens internacionais com outros produtores, me sentia estranho. Não é que eu fosse discriminado, longe disso, mas era estranho", afirma.

Para Manz, a boa recepção do público -a empresa já exporta para quase 30 países e tem no Brasil um mercado importante- e as premiações ajudaram a conquistar espaço entre os portugueses. "Para além do negócio em si, o vinho é uma comunidade, forma relações de companheirismo, o que é gratificante."

Após várias experiências no ramo de vinhos, incluindo uma adega em São Paulo, uma sociedade no ramo de exportação e uma temporada de estudos em Londres, o recifense Ricardo Melo decidiu começar sua própria produção da bebida em Portugal. Na região de Torres Vedras, próximo a Lisboa, ele encontrou uma propriedade com quase 500 anos de história, a Quinta da Ermegeira, que até então estava abandonada.

Após recuperar o espaço e as vinhas, Melo deu início à confecção dos chamados vinhos naturais: orgânicos, não filtrados e sem adição de fermentos ou de açúcar. Ele lamenta não ter conseguido vender o produto no Brasil até o momento. "Tentei fazer o possível, fui para feiras em São Paulo, mas todo mundo acha que está muito difícil, que o câmbio faz tudo ficar muito caro. Mas ainda tenho esperança", diz.

A maior parte da produção da Quinta da Ermegeira já é para exportação, e os dois maiores mercados são os Estados Unidos e o Japão, onde a demanda por vinhos naturais é bastante aquecida.

"O mercado de vinhos naturais é um nicho muito específico. São vinhos sem interferências, sem aditivos químicos, sem nada. É um conceito que existe no mundo inteiro, inclusive na Europa, mas que em Portugal não tinha sido muito difundido. Esse movimento começou há menos de cinco anos", explica.

A recuperação de antigas fazendas abandonadas, aliás, tem sido uma porta de entrada para muitos brasileiros interessados em se aventurar na produção de vinhos.

No Norte de Portugal, no Douro -região vinícola demarcada como a mais antiga do mundo-, o mercado para estrangeiros tem estado particularmente aquecido. A presença brasileira, no entanto, não se limita à produção. Sommeliers e enólogos do país são presença comum em restaurantes e lojas de referência.

É o caso do carioca Pedro Henrique Ramos, 39, um dos sommeliers chefes do Alma, restaurante em Lisboa com duas estrelas Michelin, e influencer de vinhos nas redes sociais. Especialista em vinhos portugueses, ele se mudou para Portugal em 2014 para estudar todas as etapas da produção da bebida, da plantação à degustação. Pedro chegou a morar durante um período em uma fazenda na região do Alentejo para acompanhar a colheita das uvas e o processo de fabricação dos vinhos. Ele conta ter ficado fascinado pelos vinhos portugueses ainda criança, após passar férias com a família em Portugal e visitar as históricas caves do vinho do Porto.

Conhecido nas redes sociais como Pedrones, o sommelier concilia o trabalho no restaurante com posts e vídeos bem-humorados nas redes sociais. Junto com a esposa, a especialista em comunicação digital Liana Saldanha, ele dá dicas e ensina técnicas de harmonização e degustação da bebida.

Ramos relata que o fato de ser brasileiro, às vezes, causa alguma desconfiança entre os clientes lusitanos. "Felizmente é algo raro, mas já aconteceu. Houve um cliente que fez questão de dizer que não estava muito confiante na minha indicação. No fim das contas, depois de provar o vinho, ele veio me pedir desculpas. Nesses casos, a melhor resposta que eu posso dar é o meu trabalho", diz.

Inaugurado em 2019 e já com uma estrela Michelin, o restaurante Eneko Lisboa também tem um brasileiro como sommelier. A harmonização dos vinhos da casa fica a cargo do paulista Diego Apolinário, que integra o projeto desde a abertura. Em Portugal há oito anos, ele relata que a conexão com o mundo dos vinhos aconteceu por acaso, já após se estabelecer na capital portuguesa.

"Resolvi me mudar para Portugal depois de vir de férias e me apaixonar pelo país. Eu nem gostava de vinhos, mas comecei a trabalhar em um restaurante com uma pessoa espetacular. Meu chefe era uma enciclopédia ambulante, um dos sommeliers mais antigos do país. Comecei a estudar por conta própria e, depois, a fazer as certificações internacionais", explica.

Os estudos e as provas de certificação como sommelier o levaram ainda para Áustria e Reino Unido. "Os portugueses têm muito orgulho de seus vinhos. Então, num primeiro momento, pode até haver alguma desconfiança, mas é só começarmos a falar sobre o tema que a conexão vem", diz. "Os portugueses são bem mais abertos do que muita gente espera."