Flávia Mantovani (Folhapress)

Segundo uma pesquisa feita em 28 países, o Brasil é o terceiro com a população mais aberta a receber refugiados, e a maioria da população acredita que as fronteiras devem estar abertas a estrangeiros que sofrem com guerras e perseguições, mesmo durante a pandemia. O estudo, do instituto Ipsos, ouviu mais de 19.500 pessoas com idade entre 16 e 74 anos. No Brasil, foram 1.000 entrevistados, e a margem de erro é de 3,5 pontos percentuais.

Entre os brasileiros, 78% disseram concordar que pessoas que sofrem com guerras e perseguições devem poder buscar refúgio em outros países, inclusive no Brasil. O país empata com a Holanda e está atrás apenas da Argentina e da Itália, onde 79% disseram o mesmo. A média mundial foi de 70%.

Na outra ponta, os países com entrevistados menos abertos a receber refugiados em seus países foram Coreia do Sul (51%), Arábia Saudita, Hungria e China (63% cada um). Malásia, Turquia e Índia são os países nos quais mais pessoas disseram ser contrárias à abertura das fronteiras neste momento: 82%, 75% e 69%, respectivamente. Globalmente, a média foi de 50% de defesa das fronteiras fechadas na pandemia.

Questionados se o país deveria aumentar, diminuir ou manter inalterados os gastos de apoio aos refugiados em decorrência da crise da pandemia de Covid-19, 38% dos brasileiros disseram que os valores não deveriam mudar, 31% acreditam que devem ser menores e 18%, que devem aumentar.

Segundo tratados internacionais, refugiados são pessoas que estão fora de seu país de origem devido a "fundados temores de perseguição relacionados a questões de raça, religião, nacionalidade, pertencimento a um determinado grupo social ou opinião política, como também devido a uma grave e generalizada violação de direitos humanos e conflitos armados" –a definição é do Acnur, comissariado da ONU para o tema. Venezuelanos e sírios estão entre as principais nacionalidades que costumam ser reconhecidas com o refúgio no Brasil.

De acordo com a pesquisa do Ipsos, 6 em cada 10 entrevistados na média dos 28 países responderam que desconfiam dos estrangeiros que querem ingressar em seu país como refugiados. Para eles, trata-se, na verdade, de pessoas que querem entrar por razões econômicas ou para tirar vantagem dos serviços de assistencialismo oferecidos pelo governo. Turquia (81%), Malásia (76%) e Rússia (75%) foram os países com maior índice de desconfiança, e EUA (49%), Japão (50%) e Canadá (52%), os da outra ponta. Os brasileiros estão próximos do Canadá, com 54%.

Joana Cunha (Folhapress)

A estratégia do governo de baixar o nível do reservatório da hidrelétrica de Furnas, em Minas Gerais, para priorizar a geração de energia na crise hídrica decepcionou os negócios turísticos de Capitólio, cidade vizinha conhecida como Mar de Minas, que se prepara para a retomada com o avanço da vacina. Empresários locais dizem que convivem com o nível reduzido da represa há quase uma década, mas agora pode ficar abaixo do esperado na época mais seca do ano, que começa no inverno.

Elizângela Alves, presidente da Ascatur (Associação dos Empresários de Turismo de Capitólio), diz que não há risco de seca no trecho do lago de Furnas que banha a cidade. Ele deve seguir navegável, mas a redução preocupa o setor já fragilizado pela pandemia.

Alves afirma que os riscos de navegação aumentam nos passeios de lancha, um das principais atrativos de Capitólio. Alguns pontos de parada ficam comprometidos quando o nível da água é reduzido, segundo Paulo Henrique Leite, dono da Pousada do Rio Turvo. "Temos outras atrações, mas, se o lago estiver em cota máxima, é o sonho para a região", diz ele.

Rafael Brasi (MTur)

O Ministério do Turismo e o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), autarquia federal vinculada ao MTur e à Secretaria Especial da Cultura, entregaram nesta segunda-feira (14.06), em Marechal Deodoro (AL), a restauração da Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, importante edificação para a cultura e o turismo local. Participaram da cerimônia o ministro do Turismo, Gilson Machado Neto; a presidente do Iphan, Larissa Peixoto; o prefeito de Marechal Deodoro, Cláudio Filho, o Cacau; o deputado federal Marx Beltrão; além de vereadores da cidade e de parlamentares da região.

A restauração da Igreja de Nossa Senhora do Rosário contou com R$ 1,7 milhão do Iphan. A edificação já existia por volta de 1777 sob a forma de capela. Registros mostram que a construção do atual templo, maior que o anterior, foi iniciada em 1834 pela irmandade do Rosário para ser frequentada por escravos e ex-escravos.

O ministro Gilson Machado Neto destacou o potencial de Marechal Deodoro para o turismo e a cultura da região. “É uma cidade que dispensa comentários, que respira cultura e tem a parte musical também, com as fanfarras, as orquestras”, disse. “E na parte de resgate histórico, tem as catedrais, as igrejas e seus vários monumentos e prédios históricos. Então a gente vê a cidade com muito carinho tanto é que o aporte é diferenciado. E, através desses investimentos, nós vamos viabilizar os equipamentos históricos para visitação, para que agregue mais valor ao turismo do estado de Alagoas e do Nordeste”, completou.

A presidente do Iphan, Larissa Peixoto, ressaltou a importância de obras de restauração para o Brasil e para destinos emblemáticos do país. “O Iphan investiu, ao todo, mais de 15 milhões em Marechal Deodoro. São 12 obras, como igrejas, o convento e a requalificação de praças. É muito bom poder trabalhar a cultura aqui de Marechal e agregar valor também ao turismo. Para a gente é uma honra fazer parte dessa história”, declarou.

VISITAS - Na chegada a Marechal Deodoro o ministro Gilson Machado Neto e a presidente Larissa Peixoto vistoriaram obras em edificações que contam com recursos do MTur e do Iphan. De manhã, passaram pela Igreja do Senhor do Bonfim, primeira igreja construída no município. Não se sabe ao certo a data da sua construção, mas conhece-se o fato de o patrimônio ter sido estabelecido por Diogo Soares da Cunha, no ano de 1611. Sua fachada tem influência das igrejas franciscanas de outras cidades da região Nordeste.

Em seguida, a comitiva do governo federal esteve na Igreja de Nossa Senhora do Amparo, monumento que teve sua pedra fundamental lançada em 1757. Em 1819 recebeu a imagem grande que fica no altar. E em 1860 sua obra foi dada como concluída.

Ainda na cidade, o ministro visitou a obra de urbanização da orla da Praia do Francês, que conta com recurso do MTur. Por fim, prestigiou  a Cocada Cultura, equipamento gastronômico e cultural às margens da rodovia AL-101, no povoado da Massagueira. O espaço teve investimento do governo federal e tem proporcionado mais segurança e renda a população local.

MACEIÓ - O ministro do Turismo visitou na capital alagoana a Igreja Bom Jesus dos Martírios. O prédio possui fachada trabalhada em azulejaria de inspiração mourisca que alia elementos do neoclássico com arcos de influência gótica. Localizada no Centro de Maceió, a Igreja é o único templo do Nordeste a apresentar este arranjo singular de características.

Mais do que um monumento notável do ponto de vista arquitetônico, a edificação é um espaço de convivência e religiosidade para os moradores. O Iphan investe aproximadamente R$ 4,7 milhões em obras na Igreja para devolver este ícone restaurado para a comunidade e visitantes.