Nesta terça (7), o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), confirmou que as festas e shows do tradicional Réveillon de Copacabana estão cancelados, e que haverá apenas queima de fogos na praia da zona sul carioca e em outros pontos da Cidade Maravilhosa.

O mesmo vale para o Réveillon na avenida Paulista, em São Paulo, que foi cancelado pela prefeitura na primeira semana de dezembro, após um estudo sobre a situação epidemiológica da cidade, e para as principais capitais do país.

Apesar da pandemia e do risco de avanço da variante ômicron no Brasil, estão liberados eventos privados, como os agendados em bares, restaurantes e hotéis. Portanto, use máscara para circular pelos espaços comuns, privilegie espaços abertos e tome a dose de reforço da vacina quando disponível.

"Da mesma maneira que eu posso não permitir a entrada de uma pessoa usando sunga no meu evento, eu quero que as pessoas que trabalham comigo se sintam confortáveis. Então vou continuar pedindo a carteira de imunização completa para entrar no meu evento", avisa o empresário Facundo Guerra, sócio das casas Blue Note, Lions, Yatch e Cine Joia.

O presidente Jair Bolsonaro (PL) se colocou novamente contra o passaporte da vacinação contra a Covid-19. A medida foi adotada em vários países tanto para incentivar a imunização para combater o coronavírus quanto para frear a disseminação do vírus em restaurantes, bares e grandes eventos.

Em conversa nesta quarta-feira (9) com apoiadores, Bolsonaro disse que "jamais" pedirá comprovação da vacina. "O Supremo [Tribunal Federal, o STF] deu poderes para governadores e prefeitos. Falo da minha linha. Não fechei nenhum botequim e jamais vou exigir o passaporte de vacina de vocês", reforçou.

"Imaginem se tivesse o [Fernando] Haddad no meu lugar", falou Bolsonaro sobre o candidato do PT que concorreu contra ele para a presidência do Brasil em 2018. "Não queiram que a gente resolva todos esses problemas. Eles [prefeitos e governadores] estão com autoridade para tal", completou.

A fala de Bolsonaro distorce os poderes dos prefeitos e governadores, que, por decisão do STF, podem pedir a interrupção da atividade econômica durante a pandemia (os chamados lockdowns) por poucas semanas para conter picos da covid-19 e aliviar a pressão sobre hospitais superlotados.

Esse foi o caso em abril de 2021, o mês mais letal da pandemia no Brasil, que acumulou cerca de 82 mil mortes pela doença apenas em abril desse ano. O presidente diz que nunca se vacinou contra o coronavírus -pela idade, ele poderia ter tomado três doses - e já afirmou que será o último do país a se imunizar. A primeira-dama, Michelle Bolsonaro, se vacinou em setembro em uma viagem oficial do marido para os Estados Unidos.

Bolsonaro, no entanto, não seguiu os passos da esposa e se tornou piada internacional ao comparecer a um evento da ONU (Organização das Nações Unidas) sem ter a imunização contra a doença da pandemia.

Por: José Matheus Santos e João Pedro Pitombo 

As cidades de Salvador, Recife e Olinda, com tradição no Carnaval, ainda tratam como incerta a saída de trios elétricos e de blocos pelas ruas devido à pandemia de Covid-19.
Entre os principais Carnavais da Bahia, o único confirmado é o de Porto Seguro. A prefeitura ratificou ainda em setembro a realização da festa em 2022, mas adotou medidas para descentralizá-la.

Uma das medidas anunciadas foi a criação de um segundo circuito para a festa com o objetivo de reduzir o público na Passarela do Álcool, onde desfilam os blocos mais tradicionais da cidade. O novo circuito, com 3,2 quilômetros, será na orla de Porto Seguro.

A realização da festa, contudo, ainda depende do aval do governo do estado, responsável pelos serviços de saúde e segurança no Carnaval. O decreto da pandemia em vigor autoriza festas para no máximo 3.000 pessoas.

Em Salvador, ainda não há confirmação da festa. O Conselho do Carnaval, que reúne entidades e empresários do setor, pressiona pela manutenção da festa em fevereiro do próximo ano.

O governador Rui Costa (PT) disse que ainda não há uma definição sobre a festa e criticou, na semana passada, a pressão dos empresários. "Eu também quero fazer Carnaval, mas só vou fazer se eu não tiver que encarar depois milhares de pessoas morrendo de Covid. Eu não quero botar a cabeça no meu travesseiro e imaginar que parte daquelas mortes foi por conta da minha decisão de permitir Carnaval", afirmou.

Entre as principais cidades da Bahia, ainda não há nenhum Carnaval oficialmente cancelado. No Recife e em Olinda, a realização do Carnaval está incerta em 2022. A prefeitura da capital pernambucana informou, por meio de nota, que a decisão sobre a folia ficará a cargo das autoridades sanitárias por causa da pandemia de Covid-19.

"O Recife entende que apenas com a superação da pandemia será possível assegurar o evento, com as características deste ciclo cultural da capital pernambucana", diz a gestão municipal.

A Prefeitura de Olinda, cidade da região metropolitana do Recife, decidiu que seguirá recomendações do Ministério da Saúde e da Secretaria de Saúde de Pernambuco sobre promover ou não festas carnavalescas.

A administração do município relacionou a possível realização da festa ao andamento da vacinação de crianças, ainda não iniciada no Brasil para o público de 5 a 11 anos, e ao comportamento de novas variantes do coronavírus.

Apesar de transferirem a responsabilidade da liberação das festas para as autoridades sanitárias, as prefeituras do Recife e de Olinda começaram a se preparar para o Carnaval. Na capital, desde de setembro, um comitê da gestão articula a estrutura e montagem da programação caso a festa seja liberada. Em Olinda, os trâmites oficiais estão sendo encaminhados, segundo a administração da cidade.

Na sexta-feira (19), o prefeito do Recife, João Campos (PSB), esteve no Rio de Janeiro e propôs ao prefeito da capital fluminense, Eduardo Paes (PSD), a criação de um comitê entre as cidades que realizam grandes Carnavais no Brasil.

Além das duas cidades, a ideia de João Campos é incluir São Paulo, Salvador e Belo Horizonte. Segundo a Prefeitura do Recife, o objetivo do eventual colegiado é fazer "ações de monitoramento e formulação de políticas de saúde que cumpram recomendações sanitárias" para o Carnaval. Olinda não foi citada para fazer parte do grupo.

Por: Alexandre de Aquino

Uma confusão envolvendo o transporte de um coelho em um voo de São Paulo para Amsterdã, na Holanda, acabou em briga no aeroporto de Cumbica, em Guarulhos (Grande SP), na noite desta quinta-feira (18).

Um homem e uma mulher tentavam embarcar o animal na cabine do avião, mas acabaram sendo impedidos pelos funcionários da KLM, empresa holandesa responsável por operar o voo.

Em imagens que circulam nas redes sociais é possível observar que o casal e os funcionários da companhia aérea discutem fortemente e chegam a partir para a agressão física. Em nota, a KLM explicou que, diferentemente de cães e gatos, roedores não podem ser transportados na cabine do avião por questões de segurança. A empresa, contudo, admitiu ter cometido um equívoco, uma vez que o casal estava amparado por uma decisão judicial que permitia o transporte do animal.

"Devido a um equívoco interno da companhia, o transporte excepcional do animal na cabine da aeronave, com base em uma decisão judicial, não foi comunicado à tripulação do voo com antecedência", afirma um trecho da nota enviada pela empresa.

A companhia ainda disse condenar qualquer tipo de comportamento violento tanto de passageiros como de colaboradores e afirmou que uma investigação está em andamento para apurar melhor os fatos.

A GRU Airport, concessionária que administra o aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, disse, também por nota, ter acionado a Polícia Federal e que os passageiros e funcionários da companhia aérea foram conduzidos para a delegacia da Polícia Civil, onde a ocorrência foi registrada.

A reportagem não conseguiu localizar o casal.

Após Balneário Camboriú, em Santa Catarina, praias das cidades de Matinhos, no litoral sul do Paraná, e de Guarapari, no Espírito Santo, também devem ter suas faixas de areia ampliadas. Porém, mesmo antes de começar, a obra da orla paranaense se tornou alvo de críticas de professores da UFPR (Universidade Federal do Paraná).

A megaobra catarinense tem gerado polêmicas. No fim de outubro, duas mulheres atolaram em um trecho em obras e precisaram ser resgatadas. Pouco depois, no início deste mês, um homem em situação de rua foi achado dentro de uma tubulação.

Inspirada em Balneário Camboriú, a prefeitura de João Pessoa, na Paraíba, planeja alargar trechos de quatro praias no ano que vem. Já Ilhabela, no litoral de norte paulista, pretende fazer um estudo para preencher faixas de areia.

No município paranaense, a ideia é ampliar a faixa de areia de 80 a 100 metros. Atualmente, em algumas partes, poucos metros separam a terra firme da orla. "Em alguns lugares [em Matinhos] as pessoas têm que se equilibrar nas pedras e em alguns pontos não há mais areia", afirma Everton Souza, diretor-presidente do IAT (Instituto Água e Terra), ligado ao governo estadual, que acompanha o contrato.

O avanço em direção ao mar é superior ao realizado em Balneário Camboriú, que foi de 70 metros da orla -em alguns trechos, chegou a 180 metros, o que resultou em notificação de órgãos ambientais. Procurada, a prefeitura afirmou que a metragem a mais já estava prevista no projeto inicial e que está recorrendo da atuação.

Segundo Souza, só a etapa de alargamento da faixa de praia, que inclui a mobilização, desmobilização e operação da draga, e os equipamentos necessários para espalhar do material, está orçada em R$ 151 milhões -a de Balneário Camboriú custou R$ 66,8 milhões.

A intervenção total em Matinhos deve custar R$ 317 milhões e abrangerá o trecho entre o canal da avenida Paraná, na praia Brava, até o balneário Flórida.

O diretor do IAT diz, porém, que não é possível fazer a "mínima comparação" entre os dois projetos. Na cidade catarinense, as obras basicamente se restringiram à ampliação da faixa de areia.

Além do alargamento, o projeto em Matinhos prevê a construção de espigões, estruturas perpendiculares à praia que avançarão cerca de cem metros mar adentro com a intenção de diminuir a energia das ondas e proteger a areia nova. Também deve ser construído um sistema de galerias de águas da chuva para diminuir os riscos de enchentes.

O projeto prevê ainda a recuperação do canal da avenida Paraná, que desagua no oceano, a revitalização completa da orla -recuperação do passeio, instalação de ciclovias, construção de passarelas, paisagismo com espécies nativas- e a recomposição da restinga.

Antes da apresentação das propostas, o instituto recebeu 63 manifestações de empresas interessadas na obra. Desses, quatro consórcios foram habilitados para participar da licitação.
Atualmente, o processo está na fase final, em que as participantes que não foram escolhidas ainda podem recorrer da decisão. "Até ontem, chegaram recursos. Semana que vem, devem estar todos respondidos. Vamos homologar ainda em novembro", afirma o diretor-presidente do IAT.

A homologação, acrescenta ele, permitiria o início das obras neste mês -a previsão é que sejam concluídas em 32 meses. Outro trecho de 1,7 quilômetro, entre os balneários Flórida e Saint Etienne, também deve passar por revitalização. Nessa segunda etapa, devem ser investidos cerca de R$ 126 milhões, mas, por enquanto, a obra ainda requer licenças ambientais.

Críticas

O projeto é alvo de críticas de professores da UFPR (Universidade Federal do Paraná), que, desde julho do ano passado, já elaboraram quatro notas técnicas, encaminhadas ao governo estadual apontando "inconsistências" em relação às obras.

O professor do departamento de geografia Eduardo Vedor observa que o projeto de alargamento da praia é da década de 1990 e teve o licenciamento ambiental aprovado em 2010. "Na conclusão do EIA (Estudo de Impacto Ambiental), foi apontada uma série de condicionantes, mudanças no desenho da obra, porque o EIA conclui que daquele jeito não dava para construir e isso ficou adormecido por dez anos", afirmou Vedor.

Em 2019, o projeto voltou à tona com propostas que, segundo o professor da UFPR, não foram discutidas anteriormente, como é o caso da "engorda" da praia, como é chamado o alargamento da faixa de areia.

"É um empreendimento fora da agenda de planejamento, que atende exclusivamente interesses da especulação imobiliária. É a reprodução da lógica de (Balneário) Camboriú em Matinhos", diz o docente.

Para Vedor, o licenciamento ambiental está vencido porque o projeto foi alterado de maneira oposta ao que o EIA/RIMA (Relatório de Impacto Ambiental) sugere. Os espigões, acrescenta ele, são estruturas consideradas uma "tecnologia obsoleta" e que podem intensificar a erosão da faixa de areia.

O diretor-presidente do IAT nega que não haja jazida com areia suficiente para a obra. Para ele, Vedor não tem responsabilidade técnica para avaliar a obra e os posicionamentos do geógrafo são isolados, apesar das notas técnicas serem assinadas por outros professores da UFPR.

O diretor-executivo da SPVS (Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental), Clóvis Borges, critica a concentração de um volume grande de investimentos do governo estadual em apenas uma cidade. Segundo ele, enquanto milhões são destinados para o "turismo de guarda-sol" em Matinhos, pouco é investido no turismo de natureza em parques e unidades de conservação no litoral norte.

"O governo continua enxergando o litoral como porto e turismo de guarda-sol. E o potencial econômico e desenvolvimento para a geração de empregos é muito maior se o governo conseguisse enxergar as potencialidades das unidades de conservação caso elas recebam investimentos", diz Clovis.

O prefeito Zé da Ecler (Podemos) afirma que o encurtamento da faixa de areia da praia tem afugentado visitantes nos últimos anos. "Matinhos está totalmente penalizada, porque os turistas não estão vindo mais. Aqui não temos indústrias e temos comércio pobre. Vivemos exclusivamente para o turismo", diz.

Ele afirma acreditar que a obra vai trazer mais renda à cidade. "Precisamos com extrema urgência da obra (de alargamento), estamos passando fome, já chegamos ao pico de 5.000 cestas básicas por mês. Aqui não tem emprego."

Espírito Santo

Em Guarapari, no Espírito Santo, o alargamento ocorrerá na praia de Meaípe. Uma rodovia já foi danificada pelos efeitos do encurtamento da faixa de areia. Está em andamento uma licitação para aumentar a faixa de areia de 20 a 40 metros de largura, em um trecho de 3.300 metros de extensão. As duas empresas que atuam em Balneário Camboriú, a DTA Engenharia e a belga Jan de Nul, encabeçam consórcios diferentes na disputa do contrato.

Inicialmente será feita a recuperação da rodovia, até janeiro, com a colocação de rochas e reconstrução de uma das pistas. Já para a obra de ampliação da praia, ainda falta o licenciamento ambiental, que leva 180 dias para ser expedido.

Apaixonado por cultura e culinária, Érico Brás inaugura nesta sexta-feira o restaurante "O Paí, Ó". O estabelecimento leva o nome da peça e filme que o fizeram despontar como ator junto ao Bando de Teatro Olodum. Procurando atender à grande demanda de turistas, Érico montou, como ele mesmo diz, um "terreiro gourmet": um restaurante com comidas típicas da região - todas muito influenciadas pela cultura africana.

De modo sofisticado, o restaurante apresenta variadas interpretações de comidas tradicionais. Boa parte do cardápio foi criada pelo Érico Brás em parceria com o chef Mário Percontini.

Com capacidade para 120 pessoas, "Ó, Paí Ó" traz o melhor da cultura local. Nas paredes do restaurante é possível encontrar obras de artistas consagrados do Pelourinho como Raimundo Bida, Fernando Queiroz e Anunciação. Outra influência muito grande é do candomblé não é só na comida, mas até mesmo na localização: Terreiro de Jesus, 4, em Salvador.